O objetivo deste estudo é analisar a construção da identidade do usuário de drogas de Santa Cruz do Sul a partir da visão dos seus familiares. O texto utiliza os conceitos trabalhados por Hall, Canclini, Bauman e Freud para embasar teoricamente a questão da formação da identidade a partir de aspectos individuais e sociais. Desta forma, a identidade é compreendida como uma construção sociocultural atravessada por fatores característicos de um determinado momento histórico. Nesse sentido, a cultura assume função central na trama que constitui a identidade, no caso específico deste artigo, a identidade do usuário de drogas, pois a partir da cultura se estabelecem os padrões de normalidade e os códigos morais para a vida social. Para embasar a discussão sobre a identidade do usuário de drogas, o presente trabalho utiliza-se de dados da pesquisa “A Realidade do Crack em Santa Cruz do Sul”, desenvolvida pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Participaram da pesquisa 100 familiares de usuários de crack e outras drogas. Por fim, observou-se que a identidade que impera entre os familiares é a de um usuário culpado pelos seus atos, que se deixa influenciar pelas “más” companhias, pelo ambiente perigoso e que não consegue superar perdas ou faltas.

Palavras-Chave: identidade; cultura; usuário de drogas.