O processo de globalização vem promovendo transformações que se estendem pela superfície do globo todo. Contrariamente à enogastronomia com identidade territorial, empresas de refeições rápidas (fast foods) ou corporações internacionalizadas, que representam os anseios do capital global, têm seus cardápios ou produtos padronizados em todos os territórios em que estão instalados. Assim como outros setores da economia, a enogastronomia também é influenciada pela relação dialética entre a dimensão global e a dimensão regional, não apenas na valorização e formação de uma identidade territorial, mas também no desenvolvimento dos indivíduos atuantes no contexto regional. Esse fenômeno passou a mobilizar profissionais multidisciplinares, como cozinheiros, historiadores, antropólogos, sociólogos, geógrafos, enólogos e turismólogos, que passaram a refletir sobre o hábito de alimentar-se e as implicações culturais e sociais implícitas nesse ato, tanto na produção quanto no consumo dos alimentos. Para compreender a enogastronomia como elemento de identidade territorial, entretanto, faz-se necessário discutir o entendimento sobre terroir, pois deste partem todos os pressupostos que irão correlacionar a enogastronomia e a identidade territorial.

Palavras chave: enogastronomia, identidade territorial, terroir