Este artigo objetiva chamar a atenção sobre como se configuram as questões do refúgio conforme a legislação do estrangeiro e o conjunto dos movimentos recentes de imigração haitiana no Sul do Brasil, especialmente na região oeste de Santa Catarina. Descreve, entre as várias possibilidades de trânsito, a forma como se desenvolve o processo de mobilidade humana e as principais características de chegada e permanência de trabalhadores haitianos, e implicações que vão se configurando na referida região. O texto consiste no recorte de uma pesquisa-ação para dissertação de mestrado, em fase de elaboração. Os registros aqui mencionados se baseiam em documentos e relatos de experiências encontrados em diversos materiais. Os primeiros resultados demonstram que a configuração dos movimentos dos novos imigrantes na região oeste de Santa Catarina, mais precisamente em Chapecó, aparece mediante três fluxos: em 2011, pela busca de trabalhadores estrangeiros, em Brasiléia (AC), realizada principalmente pelo interesse das empresas frigoríficas e agroindústrias regionais; em 2013, o segundo movimento configura-se com a vinda das esposas, ocasionada por campanhas realizadas entre entidades e empresas. Recentemente consagra-se o terceiro movimento, de forma mais sutil, com a chegada dos filhos dos imigrantes haitianos. Os estudos demonstram que a presença dos haitianos em nossa sociedade, internacionalizada pela força econômica, ainda não despertou na sociedade brasileira, assim como não despertou nas instituições, a grande riqueza intercultural do momento que estamos vivenciando.

Palavras-chave: Movimento migratório. Haitianos. Sul do Brasil. Oeste Catarinense.