AS DESIGUALDADES REGIONAIS NA INDÚSTRIA CALÇADISTA NO PERÍODO 1994 A 2011
Resumo
O objetivo do artigo é analisar as desigualdades regionais, entendidas como desigualdades salariais, no contexto da relocalização industrial ocorrida na indústria calçadista brasileira. A regionalização utilizada se refere às microrregiões brasileiras do IBGE e o período do estudo é de 1994 até 2011. A abordagem é marxista e segundo essa abordagem, o custo de reprodução da força de trabalho é um conceito central, que permite entender a dinâmica da localização industrial, principalmente em atividades mais intensivas em trabalho não qualificado. De 1994 a 2011 houve uma relocalização industrial inter-regional na indústria calçadista, na qual as microrregiões que atraíram mais empregos apresentavam salários menores do que as microrregiões que tiveram perdas de empregos. O resultado do índice de desigualdades regionais indica que ocorreu uma diminuição no diferencial dos salários dos trabalhadores, na fabricação de calçados. A relocalização industrial possibilitou a queda das desigualdades regionais (entendidas como desigualdades de renda, neste caso dos salários) entre as microrregiões do país. Desse modo, conclui-se a relocalização industrial verificada na indústria calçadista resultou em redução das diferenças salariais, tanto em nível de microrregiões como nos estados da federação. O ajuste espacial verificado na indústria calçadista permitiu o aumento da mais-valia extra, decorrente do pagamento de salários menores em estados com custos salariais inferiores.
PALAVRAS-CHAVE: Desigualdades regionais. Relocalização industrial. Indústria calçadista. Fabricação de calçados. Fabricação de calçados de couro.
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