CONDIÇÕES DE EMERGÊNCIA DOS SEM-TERRA EM MEIO À CRISE DO SISTEMA ESTANCIEIRO NO RIO GRANDE DO SUL

Francis Casagranda Zanella, Marcos Botton Piccin

Resumo


Analisaram-se neste trabalho os processos de mobilização social que conflagraram a implantação de assentamentos rurais na região historicamente constituída por domínios estancieiros no Rio Grande do Sul, especificamente no município de São Gabriel no período entre 2003 e 2008. O objetivo foi perceber as condições estruturais para a inserção dos agentes sociais identificados como sem-terra no espaço de relações conformado pelos antigos habitantes desses municípios. Visualizaram-se condicionantes dos processos de vinculação entre os sem-terra e os mais antigos munícipes, os quais foram forjados em meio às lutas simbólicas sobre a legitimidade dos movimentos sociais do campo e de suas reivindicações por reforma agrária. Argumenta-se que a construção das representações que novos e antigos moradores fizeram uns dos outros dependeu, em grande medida, das posições relativas frente aos agentes que disputam um campo dos conflitos agrários – notavelmente das articulações do patronato rural e dos movimentos sociais do campo – e das formas de exposição de estratégias desses grupos pela imprensa de cobertura local e estadual. Este trabalho é constituído por análise documental de processos oficiais do Incra/RS, de publicações nos jornais da imprensa de ampla circulação estadual e de um livro que objetivou narrar a perspectiva dos sem-terra para os acontecimentos do período.

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ISSN 2447-4622