O PROCESSO DE HIBRIDAÇÃO CULTURAL DO ARTESANATO DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS JÚLIO BORGES (SALTO DO JACUÍ, RS) E LINHA FÃO (ARROIO DO TIGRE, RS)
Resumo
O artesanato vem sofrendo transformações favorecidas pela globalização e pela interação cultural entre diferentes grupos e culturas. Nesse contexto ocorrem processos de hibridação cultural em que práticas tradicionais são atualizadas e ressignificadas para se adaptarem às demandas do mundo contemporâneo. Assim, buscamos compreender de que modo se manifesta o processo de hibridação cultural na produção do artesanato de duas comunidades quilombolas do território Centro-Serra do Rio Grande do Sul, Júlio Borges (Salto Do Jacuí) e Linha Fão (Arroio Do Tigre). Especificamente, identificar se o artesanato pode ser acionado como uma estratégia em nome do desenvolvimento territorial. Nosso contato com as comunidades se deu através da atuação do Núcleo de Estudos e Extensão em Desenvolvimento Territorial e Territorialidades (NEDET-UFSM) que visa promover ações de inclusão produtiva e gestão social naquele território. Realizamos a pesquisa a partir de observação participante, registros em diário de campo, entrevistas abertas e rodas de conversa durante oficinas de artesanato demandadas pelas comunidades e promovidas pelo NEDET. Ressaltamos a relevância de se aprofundar a reflexão sobre processos de hibridação cultural no RS, trazendo visibilidade a códigos, sociabilidades, saberes e fazeres ainda pouco valorizados, tanto nos meios acadêmicos quanto nos centros de pesquisa e inovação. Na segunda seção nos debruçamos sobre reflexões teóricas acerca do artesanato e dos processos de hibridação cultural. Na terceira seção descrevemos as oficinas realizadas pelo NEDET junto às comunidades. E por fim, as considerações finais sobre o processo de hibridação do artesanato.
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