Enquanto parte de pesquisa de mestrado e doutorado, o presente artigo analisa as possíveis contribuições da abordagem das capacidades (capability) de Amartya Sen (2011, 2010) para com a discussão da temática do envelhecimento populacional, com emergentes desafios aos sistemas públicos de saúde. Trata-se de pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, realizada a partir de pesquisa bibliográfica, cujos resultados sugerem a existência de lacunas no plano epistemológico e metodológico face a singularidade e prematuridade do tema. Nesse aspecto, verifica-se que no Brasil as ações de saúde voltadas para a população com 60 anos ou mais tendem a se restringir ao controle e prevenção dos agravos decorrentes de doenças crônicas, não permitindo a interação dos aspectos relacionados à saúde física, mental e funcional, social e socioeconômicos (ZEN et al. (2018). Uma vez que a ausência de capacidades reais das pessoas pode ensejar na privação da liberdade de realizar conversão de um bem em funcionamento (SEN, 2010), tanto em relação à escolha pessoal como das oportunidades disponíveis, mostra-se viável e contribuitivo que o fenômeno do envelhecimento populacional seja discutido à luz das capacidades, devendo ser considerado também, que as oportunidades se diferem de um indivíduo para o outro.