Embora a agricultura tenha um papel importante no desenvolvimento do país, caso ela seja executada de forma intensiva e invasiva, pode agravar o cenário de insustentabilidade. Este trabalho objetiva discutir um aporte teórico sobre o debate do papel da agricultura orientada para o fortalecimento da sustentabilidade. A pesquisa constitui-se como uma revisão de literatura  baseada em materiais publicados em periódicos, relatórios de entidades reconhecidas, assim como livros e artigos relativos ao contexto contemporâneo brasileiro. Os dados coletados sobre a insustentabilidade de sistemas agrícolas revelam um cenário preocupante, como por exemplo, o Brasil estar entre os três maiores consumidores de pesticidas no mundo, bem como, a revisão recente de marcos regulatório que implicaram na aprovação de novos agroquímicos no país. As queimadas e o desmatamento no Brasil têm crescido nos últimos anos, afetando os diversos biomas, causando desequilíbrio ambiental e prejudicando a saúde humana, contaminando solos, rios, aquíferos e outros corpos d'água, além da intoxicação de famílias agricultoras e consumidoras. Por isso, é essencial que haja uma transição dos sistemas agroalimentares para um viés sustentável, repensando as formas de uso dos recursos, assim como, a valorização do conhecimento local e de outras formas de saberes nas práticas sustentáveis, uma vez que cada região possui suas peculiaridades edafoclimáticas e culturais. A Agricultura Orgânica e a Agroecologia se mostram como  alternativas estabelecidas a partir de outros sistemas sociotécnicos e outra relação entre sociedade-natureza, que podem ajudar na conversão destes sistemas. Mesmo que suas definições sejam diferentes, ambas encontram intersecções, especialmente, em função da busca por sistemas mais sustentáveis. É importante buscar superar os entraves com apoio de políticas públicas e privadas, para que a prática sustentável seja uma realidade possível para produtores e consumidores.