Desconcentração econômica e trajetórias das estruturas produtivas regionais brasileiras (1996-2019): em que difere a região Nordeste?
Resumo
Este artigo analisa a estrutura produtiva das regiões brasileiras entre 1996 e 2019, dando ênfase ao desempenho da região Nordeste. Numa perspectiva analítico-descritiva, aborda a discussão teórica sobre o processo de desconcentração regional e a tendência de fragmentação do tecido econômico nacional. Pergunta-se em que grau as diferentes trajetórias das regiões brasileiras — em especial, a da região Nordeste — contribuíram para manter uma perspectiva de integração econômica regional? Para responder a tal indagação, analisa-se a trajetória da economia brasileira e das suas cinco grandes regiões (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste), com base nas informações das Contas Regionais fornecidas pelo IBGE. Para o caso da região Nordeste, entretanto, considera-se que, apesar de a região ter tido uma trajetória de crescimento favorecida pela maior inclusão social, seu desempenho econômico continua dependente do da região Sudeste. Esta situação é particular e difere dos demais regiões, haja vista que o desempenho econômico do Norte e do Centro-Oeste é explicado, em boa medida, pelo crescimento do setor agromineral, que tem menor grau de integração interna; ao mesmo tempo, em contraste, verifica-se que o baixo desempenho da economia brasileira no período esteve associado às trajetórias das regiões Sul e Sudeste principalmente. Concluiu-se que as regiões vivenciaram trajetórias de crescimento econômico no período, ainda que com distintas formas de articulação de seus aparelhos produtivos com o restante da economia, porém, mantendo a indústria de transformação como um elo importante para uma futura política de integração regional.
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