O PAPEL DO NORDESTE NO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO: dependência, superexploração e subimperialismo?
Resumo
Este ensaio toma como objeto a questão socioeconômica do Nordeste entre os anos de 1950, período que cerca a fundação da SUDENE, e o início dos anos de 1990, período de ascensão hegemonia neoliberal no Estado brasileiro, quando a questão do planejamento e do desenvolvimento regional e nacional foi arquivada. A partir da perspectiva dependentista, partiu-se da questão: qual foi o papel do Nordeste na reprodução do capital no Brasil durante o período central de desenvolvimento da industria brasileira? A partir de uma revisão de literatura, o objetivo deste ensaio é produzir uma interpretação das questões socioeconômicas do Nordeste brasileiro sob o prisma da economia política marxista latino-americanista. Considerou-se que a SUDENE e a política regionalmente desconcentradora do II PND promoveram redefinições na divisão regional do trabalho no Brasil no processo de expansão do capital inter-regional, onde o Nordeste passa a figurar como região de atração do capital, aumentando a produtividade regional, porém, sem romper com o processo de dependência em relação ao grande capital do Sudeste, caracterizando um novo padrão de dependência. Dessa forma, o Nordeste continua com uma estrutura produtiva relativamente arcaica em relação ao Sudeste, com a produção regional não é voltada para atender a demanda local e os investimentos em capital fixo são comandados por atores externos e alocados nas mesorregiões e setores mais dinâmicos, mantendo intra-regionalmente o processo dialético entre o arcaico e o moderno do desenvolvimento desigual e combinado do capital.
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