TECENDO RESISTÊNCIAS: A LUTA COTIDIANA PELO TERRITÓRIO NA COMUNIDADE QUILOMBOLA ADELAIDE MARIA TRINDADE BATISTA

Autores

Resumo

Este artigo analisa algumas práticas cotidianas de resistência, relacionadas ao território, protagonizadas por Dona Maria Arlete Ferreira da Silva, matriarca da Comunidade Quilombola Adelaide Maria Trindade Batista, localizada no município de Palmas, no Sudoeste do Paraná. A pesquisa, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da UTFPR, insere-se em uma tese de doutorado em andamento, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, e é desenvolvida em parceria com a comunidade por meio da abordagem etnográfica. As informações aqui analisadas emergem de observação participante e de diálogos com as interlocutoras, que são reconhecidas como coautoras das reflexões e dos saberes produzidos. O objetivo central do artigo é compreender como as resistências empreendidas por essa matriarca se expressam nos gestos cotidianos de cuidado, na defesa e na articulação política em prol do território. A análise evidencia que tais práticas não se resumem a enfrentamentos diretos, mas envolvem estratégias sofisticadas de negociação, hospitalidade, proteção ambiental e preservação de vínculos ancestrais com a natureza. Conclui-se que a resistência quilombola, nesse contexto, é vivida como reexistência: um fazer político enraizado no território, sustentado por alianças situadas e por práticas de cuidado que atualizam memórias, fortalecem a coletividade e reafirmam modos de vida não subordinados à lógica colonial.

Biografia do Autor

  • Douglas Silva do Prado, Universidade Tecnológica Federal do Paraná
    Doutorando no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Campus Pato Branco. Mestre em Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal do Paraná (2018-2020); Especialista em Educação Especial pela Faculdade de Ampére-Famper (2012-2013); Graduado em História pela Universidade Paranaense (2008-2011); Atua como Técnico em Assuntos Educacionais no Instituto Federal do Paraná Campus Palmas e como Professor de História do Quadro Próprio do Magistério na Secretaria Estadual de Educação do Paraná.
  • Nilvania Aparecida de Mello, Universidade Tecnológica Federal do Paraná
    Possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1994), mestrado em Agronomia - Área de concentração física, manejo e conservação do solo- pelo Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Paraná (1996) e doutorado em Ciência do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006) e pos doutorado em Filosofia da Ciência pela Université Joseph Fourrier (França). Bacharel em Direito pela UNISUL. Atualmente é professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Pato Branco. no curso de Agronomia e professora permanente do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional.
  • Maria Isabel Cabral da Silva, Universidade Federal do Paraná
    Possui graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná (2008). Especialização em Educação Especial e Psicopedagogia. Curso de extensão universitária em Educação e Relações Etnico-Raciais, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestrado em Educação no programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado/PPGEFB, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Atuou como professora pedagoga pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná - SEED, na Escola Estadual Quilombola Maria Joana Ferreira. Atuou como professora substituta/temporária, no colegiado de pedagogia do Instituto Federal do Paraná Campus Palmas, atuou como professora no colegiado de pedagogia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAMA) no município de Clevelândia-Pr. É membro do NEABI - Grupo de estudos Afrobrasileiro e indígena IFPR/Campus Palmas. Faz parte do Coletivo Nacional de Educação Escolar Quilombola - CONAQ e também do Coletivo de Meio Ambiente - CONAQ. Membro co- criadora do Movimento de Mulheres Quilombolas do Paraná - MMQPR. Doutoranda em ciências ambientais pelo PPGMADE/UFPR, sob orientação da professora DR Carolina dos Anjos de Borba. É membro da Comissão Nacional de Educação Escolar Quilombola - CONEEQ/MEC. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Escolar Quilombola, meio ambiente e território. Atualmente é pesquisadora da rede A.C.A (Aliança Científica Antirracista).
  • Maria Arlete Ferreira da Silva, Comunidade Quilombola Adelaide Maria Trindade Batista
    Líder quilombola da Comunidade Adelaide Maria Trindade- Palmas- PR. Possui graduação em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, ciências e letras de Palmas (1989). Atualmente é professora aposentada ensino fundamental da Prefeitura Municipal de Palmas- PR. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia. Foi diretora por muitos anos na escola municipal São Sebastião do Rocio. Atualmente atua efetivamente como lider quilombola. Participa do Conselho Municipal de Saúde, na qual representa como delegada. Também participa do Conselho Municipal de Segurança Alimentar, sendo delegada no encontro estadual e nacional da Segurança Alimentar. Participa como representante quilombola no CONSEA. Ministra palestras sobre a comunidade quilombola, papel da mulher quilombola e os costumes da vida quilombola. Tem experiência na area educacional, como também cada dia está ampliando os horizontes com a temática sobre Segurança Alimentar.

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Publicado

2025-11-18