Boia-Forte como Estratégia de Desenvolvimento Rural Sustentável

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Resumo

Este artigo analisa a boia-forte, prato típico do município de Vale do Sol/RS, como expressão da cultura alimentar vinculada à agricultura familiar e como um elemento estratégico para o desenvolvimento rural sustentável. Mais do que uma iguaria regional, a boia-forte representa um patrimônio imaterial que sintetiza práticas produtivas tradicionais, vínculos comunitários e saberes ancestrais transmitidos entre gerações. A partir da valorização das cadeias produtivas curtas e da conexão direta entre produtores e consumidores, discute-se a relevância da gastronomia como vetor de fortalecimento identitário, geração de renda e promoção do turismo rural. Além disso, o artigo aborda os impactos das mudanças climáticas sobre a produção dos ingredientes essenciais do prato, destacando a vulnerabilidade dos sistemas agrícolas familiares frente a eventos climáticos extremos. A pesquisa enfatiza a adoção de práticas agroecológicas, como o manejo sustentável do solo, a diversidade produtiva e o uso de sementes crioulas, como estratégias de adaptação e resiliência no campo. Também são analisadas as ações comunitárias e eventos gastronômicos locais que reforçam o protagonismo das mulheres, a economia solidária e o senso de pertencimento territorial. Por fim, discute-se a importância das políticas públicas no estímulo à agricultura familiar, no reconhecimento do patrimônio alimentar e na construção de sistemas agroalimentares mais justos, inclusivos e ambientalmente sustentáveis.

Biografia do Autor

  • Marieli Elena Muller, Unisc
    Formada em História pela Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC.. Participou do projeto de pesquisa "Educação Clandestina e Traição: uma história da educação dos comunistas no Brasil da Guerra Fria" liderado pelo professor Éder da Silva Silveira, veiculado à linha de pesquisa "Educação, trabalho e emancipação" do Programa de Pós-Graduação em Educação, em que foi bolsista Puic Unisc/ voluntária da Universidade de Santa Cruz do Sul. Possui pós-graduação em Gestão Rural e História da alimentação e patrimônio cultural, ambos cursados na Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC e possui pós-graduação em História e cultura Afro-Brasileira pela faculdade dom Alberto. Atualmente é mestranda em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC e Linha de Pesquisa é: Estado, Instituições e Democracia. Participa do Grupo de estudos e pesquisas sobre Democracia e Políticas Públicas com coordenação da Professora Claudia Tirelli.
  • Francieli Ester Muller, Unisc
    Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), na condição de bolsista do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições Comunitárias de Educação Superior (PROSUC) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2023). Pós-graduada em Auditoria e Gestão em Serviços de Saúde pela Faculdade Dom Alberto / RS (2021). Enfermeira Graduada pela Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC / RS (2020). Atualmente, integra a equipe editorial, atuando também como avaliadora da Revista Interdisciplinar de Promoção da Saúde (RIPS). Integrante do Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Saúde do Trabalhador (GIEPEST)

    Boia-Forte como Estratégia de Desenvolvimento Rural Sustentável

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Publicado

2025-11-18