MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS DO RURAL E URBANO: ANÁLISE HISTÓRICA DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO/RS

Autores

  • Carlos Alberto Júnior Universidade de Santa Cruz do Sul
  • Leila Cristine Thomas Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul
  • Cidonea Machado Deponti Universidade de Santa Cruz do Sul
  • Silvio Cezar Arend Universidade de Santa Cruz do Sul

Resumo

O objetivo deste ensaio é analisar o movimento migratório do meio rural e urbano ocorrido no município de Santo Ângelo/RS, desde a década de 1980 até o ano de 2016. O território de investigação pertence à mesorregião Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul/Brasil. Neste trabalho é apresentado a constituição do território, a dinâmica populacional e a economia local. A compreensão a partir da concentração demográfica, diferenciação social, unidade espacial e a descontinuidade territorial são fundamentais para aprofundar o conhecimento do fenômeno migratório e as mudanças que ocorrem no meio urbano e rural. A metodologia se define como descritiva, explicativa e exploratória, configurando estudo de caso. A coleta dos dados caracteriza como uma pesquisa documental, com abordagem quantitativa e qualitativa dos dados. O estudo apresenta que, desde a década de 1980, ocorrem oscilações expressivas no número da população residente, sendo que no ano de 1980 o número era de 93.667 habitantes, já no ano de 2016 a população é estimada em 79.789, demonstrando uma redução de 25%. Como também, no período de 1980 a 2010, apresenta um aumento significativo de habitantes no meio urbano, chegando a 31% e no meio rural uma redução de 88,44%. Santo Ângelo é identificado como um centro de serviços públicos, sediando diversos órgãos da esfera estadual e federal. Sua base econômica está na exploração agropecuária, tendo como principais cultivares a soja, o milho e o trigo, já na pecuária destaca a criação de bovinos de leite e de suínos. Esse aumento da população urbana se caracteriza pela característica central do município em possuir diversos órgãos públicos e ser popularmente conhecido como “Capital das Missões”. Já no meio rural, concentram-se grandes extensões de terra na posse de poucas famílias e um grande número de propriedades rurais com uma média de 12 hectares, dificultando a permanência do homem no campo. Mesmo com a dinâmica do poder público e das entidades ligadas agricultura, com ações para fortalecer a economia local, visando conter o êxodo rural, há um fluxo migratório expressivo deste setor econômico no município. Neste sentido a migração é um processo que está diretamente relacionado a essas transformações entre cidade e campo, onde a população movimenta-se entre estes espaços em busca de benefícios que não são visualizados no campo, até mesmo pela divisão territorial urbano e rural. Constata-se que o intenso movimento migratório, interfere no desenvolvimento econômico local e regional, implicando desta forma no desenvolvimento rural e urbano.

Biografia do Autor

  • Carlos Alberto Júnior, Universidade de Santa Cruz do Sul
    Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
  • Leila Cristine Thomas, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul
    Administradora e Instrutora e Consultora do SENAR -RS
  • Cidonea Machado Deponti, Universidade de Santa Cruz do Sul
    Pós-Doutora em Sociologia do Desenvolvimento e Doutora em Desenvolvimento Regional pela UFRGS, Professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da UNISC.
  • Silvio Cezar Arend, Universidade de Santa Cruz do Sul
    Doutor em Economia pela UFRGS, Professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da UNISC.

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Publicado

2019-10-25

Edição

Seção

IX SIDR - Eixo 4 - A dimensão cultural nos processos e políticas de Desenvolvimento Regional