Shopping Centers: signos da globalização e consumo interiorizado no Brasil
Resumo
A expansão dos Shopping Centers no Brasil reflete a globalização e a interiorização do consumo, transformando dinâmicas econômicas e sociais em cidades de diferentes portes. Esses empreendimentos disseminaram-se para os espaços não metropolitanos, tornando-se símbolos do capitalismo contemporâneo e da reconfiguração socioespacial. Diante disso, o estudo objetiva analisar a expansão dos Shopping Centers no Brasil e sua interiorização, investigando como esses empreendimentos introduzem e reproduzem os mecanismos de acumulação capitalista em contextos não metropolitanos. Utilizando dados do IBGE e da Abrasce, o estudo analisa sua distribuição geográfica, destacando a concentração no Sudeste e a crescente presença em cidades médias e pequenas. Os Shopping Centers são interpretados como “não-lugares”, espaços de passagem e consumo que reforçam desigualdades e alienação social, enquanto promovem a ideia de modernidade. A pesquisa explora sua evolução histórica, função como "templos do consumo" e impacto na segregação urbana, evidenciando a oligopolização do setor por grandes grupos transnacionais. A interiorização desses empreendimentos revela assimetrias regionais e a reprodução de padrões globais em contextos locais, desafiando identidades tradicionais. Conclui-se que os Shopping Centers expressam contradições do desenvolvimento urbano, sendo simultaneamente vetores de integração e agentes de exclusão, moldando hábitos e redefinindo o espaço urbano brasileiro.