DA CAFEICULTURA À PECUÁRIA: A HISTÓRIA DA ECONOMIA PRÉ-INDUSTRIAL DO VALE DO PARAÍBA PAULISTA

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Resumo

O propósito do ensaio é investigar como as economias de subsistência, do café e da pecuária, que dominaram o Vale do Paraíba paulista até metade do século XX, moldaram os aspectos físicos e sociais da região. A preocupação está centrada em desvendar as transformações que deixaram marcas indeléveis na paisagem e na vida das pessoas – as chamadas rugosidades (Santos, 2006) – e nos legados culturais dos séculos anteriores à industrialização. A pesquisa prova que, bem antes do café e da pecuária se tornarem hegemônicos, a região fervilhava com uma economia diversa, baseada na produção e comercialização do fumo, toucinho, açúcar, algodão e a criação de gado, que abastecia principalmente as então capitais, Rio de Janeiro e São Paulo. Esse passado, registrado pela história não pode ser ignorado. Entender essa jornada econômica – desde essa diversidade inicial até os ciclos posteriores – e sua correlação com a estrutura da vida social é fundamental para desvendar a complexidade da atual Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. O que vemos hoje é fruto de padrões de interação entre elementos que, ao longo do tempo, ora se entrelaçaram, ora colidiram. Essa dinâmica constante, como argumenta Barros (2005), faz da identidade local algo vivo, em permanente transformação – um reflexo claro da própria região, que se apresenta como um todo vibrante, múltiplo e complexo, tanto economicamente quanto socialmente.

Biografia do Autor

  • José Mauricio Cardoso do Rêgo, Universidade de Taubaté
    Possui graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (1990) e mestrado em Educação pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (2001). Doutorando em Desenvolvimento Regional, pela Universidade de Taubaté.Atualmente é professor de educação superior da Universidade de Taubaté. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia, politica, ética, educação e sistema educacional.
  • Mauro Castilho Gonçalves, Universidade de Taubaté
    Mestre em Educação: História e Filosofia da Educação (PUC-SP/1997). Doutor em Educação: História, Política, Sociedade (PUC-SP/2003). Concluiu o pós-doutoramento na Universidade de Lisboa, Portugal (2015). Na Universidade de Taubaté, é Professor Titular de História da Educação e diretor do Instituto Básico de Humanidades. Atua como docente e pesquisador no Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade da PUC-SP. Integra o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade de Taubaté e lidera os Grupos de Pesquisa História das Instituições e dos Intelectuais da Educação Brasileira (PUC-SP) e História e Patrimônio Ambiental (UNITAU-Ciências Ambientais) . Docente do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Desenvolvimento Regional da Universidade de Taubaté. Membro da Sociedade Brasileira de História da Educação e da Associação Nacional de História.
  • Ademir Pereira dos Santos, Universidade de Taubaté
    Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Londrina (1986), mestrado em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1992) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2000). É professor atualmente do mestrado em Arquitetura, Urbanismo e Design do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, e, professor convidado do mestrado em Habitação: Planejamento e Tecnologia do IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. É professor dos cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Belas Artes e Universidade de Taubaté. Atuação em História, Arquitetura, Urbanismo e Planejamento Metropolitano e Regional, com destaque na preservação do patrimônio cultural, história da urbanização e da industrialização em São Paulo. Seu livro "Arquitetura Industrial - São José dos Campos" recebeu menção honrosa da Premiação Bienal do Instituto de Arquitetos do Brasil, IAB-SP, 2006. Recebeu o Prêmio Clarival do Prado Valladares em 2008 e em 2011 o resultado da pesquisa, o livro "Theodoro Sampaio: nos sertões e nas cidades" recebeu dois prêmios Jabuti, o primeiro lugar na categoria Projeto Gráfico e o terceiro lugar na categoria Arquitetura e Urbanismo. Em 2018 recebeu o prêmio do PROAC Programa de Apoio à Cultura, Edital N. 18, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do governo do Estado de São Paulo, para realizar o projeto Inventário e Documentação do Acervo do Museu da Agricultura de Taubaté, SP. Desde 2021 integra a coordenação do curso de pós-graduação lato sensu Design de Assentamentos Sustentáveis e Ecovilas no Departamento de Arquitetura da Unitau.

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Publicado

2025-11-18

Edição

Seção

GT1: Desenvolvimento regional, planejamento, governança, controle social e gestão do território