POLÍTICAS PÚBLICAS E AGRICULTURA FAMILIAR: O SABER POPULAR DOS/AS AGRICULTORES/AS FAMILIARES, REPRESENTADO PELO NÔNO BIANCHINI, FRENTE AO JECA TATU E A REVOLUÇÃO VERDE NO BRASIL
Resumo
Abordaremos nesse trabalho a importante contribuição do saber histórico, com base na observação, vivência e interpretação da natureza, por parte dos/as agricultores/as familiares, a partir de uma história vivida junto ao nôno Bianchini, agricultor familiar septuagenário, de Linha Passo das Pedras Brancas, interior do município gaúcho de Boqueirão do Leão, no Vale do Rio Pardo. Permitindo assim, que tentemos compreender a importância desse saber popular, trazido por várias gerações de agricultores e toda sua contribuição para a preservação da agrobiodiversidade do Brasil e do mundo. Assim situaremos esse saber popular, no contexto da Revolução Verde no Brasil, iniciando nossa reflexão um pouco antes desse período, mais precisamente a partir de 1914, a partir da das obras “Urupês” e “Jeca Tatuzinho” (1924) de Monteiro Lobato, datadas do primeiro quartel do século XX, como fundantes de uma perspectiva de olhar para o Campo brasileiro e sobretudo, para os/as agricultores/as numa ótica de atraso e até mesmo de uma certa incivilidade desses. Compreendendo que aí estarão lançadas as bases para a Revolução Verde que viria logo em seguida, numa ação conjunta entre o Estado brasileiro e as empresas dos ramos do agrotóxico, insumos agrícolas, maquinários, estabelecidas no pós- II guerra mundial. Assim, fazemos o exercício que tenta mostrar o quanto podem ser complementares esses saberes, se a nossa compreensão de construção dos saberes, for da não-hierarquização desses saberes.
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