O ENTRE QUE A MULHER DETENTA HABITA
Resumo
Habitar o “entre” é a condição fundamental do ser humano no mundo, mas em cuja tensão descortina-se a sua essencial maneira de existir: ser um ser-no-mundo morando na proximidade do ser e quanto mais próximo do ser, mais estranhamente vive. O perigo é familiarizar-se ao ponto de encobrir o sentido próprio da existência marcada pela presença do outro e das cercanias dos sentidos abertos pelo modo de ser aí, no mundo. Esta tensão derivante do innan, de onde o ser-em se origina enquanto morar, habitar, e o an significa acostumar-se a, estar familiarizado com alguma coisa, implica que o ser humano existe enquanto aquele que habita, morando nas proximidades e em permanência junto aos demais entes, e ou cultivando. Por outro lado, este morar nas proximidades, habitando em uma certa permanência que garante o amparo existencial, se abre em meio a uma não familiaridade própria deste modo de existir para fora, em tensão marcada por um sentimento de exílio, de unheimlichkeit, de modo especial pela finitude que atravessa o habitar humano. Mesmo sendo complexa uma abordagem de um modo de ser, no caso da mulher detenta, pelo escopo da analítica existencial de Martin Heidegger (1993), e seus desdobramentos teóricos futuros, o que se propõe é considerar que o habitar da mulher detenta se abre em um “entre” capaz de ressignificar sentidos e implica-la por um não se sentir em casa aberto pela pertinência do cerceamento.
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