O CUIDADO UNIVERSALIZADO COMO UMA EXPERIÊNCIA FEMININA: DA EXPLORAÇÃO DO TRABALHO FEMININO NÃO REMUNERADO AO VIÉS ALGORÍTMICO QUE REFORÇA ESSE PAPEL

Deise Brião Ferraz, Juliana Toralles dos Santos Braga

Resumo


O objetivo deste artigo é discutir o trabalho feminino não remunerado como uma forma de exploração de mão de obra que é invisibilizada através de processos de subjetivação feminina que socializam mulheres e meninas como cuidadoras. A universalização do cuidado como uma experiência inerente às pessoas que nascem marcadas pelo sexo biológico feminino instala o trabalho feminino não remunerado como parte da socialização da mulher e agrava as assimetrias de gênero existentes na sociedade – o que também é reproduzido no mundo digital através do enviesamento algorítmico presente na Inteligência Artificial (IA). Como objetivos específicos tem-se a) contextualizar o cuidado como uma forma de socialização das mulheres e meninas; b) apontar a existência do enviesamento algorítmico que reproduz discriminação de gênero e reforça estereótipos; c) desenvolver a noção do trabalho feminino não remunerado como trabalho e não como cuidado. A conclusão aponta no sentido de que, apesar de toda a evolução, especialmente no âmbito legislativo que garante igualdade de direitos, o processo de subjetivação feminina predominante reforça estereótipos e papéis sociais, fazendo com que o cuidado seja atribuído às mulheres e meninas como e não seja reconhecido propriamente como trabalho. O método de abordagem utilizado é o dedutivo, o método de pesquisa é documental e bibliográfico e o método de procedimento é monográfico.

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