A Diversificação na Agricultura Familiar: Contribuição dos egressos da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/agora.v23i2.16681

Palavras-chave:

Agricultura Familiar, Diversificação de atividades, Escola Família Agrícola, Vale do Rio Pardo.

Resumo

Este artigo traz algumas reflexões acerca da agricultura familiar na região do Vale do Rio Pardo, que tem na produção de tabaco sua principal atividade. O controle das empresas sobre o processo de cultivo do tabaco limita as possibilidades de diversificação de atividades entre os jovens do meio rural, o que tem levado muitos a migrarem para os centros urbanos. A Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul - EFASC, criada em 2009, tem como um dos seus propósitos preparar jovens do meio rural da região do Vale do Rio Pardo com formação técnica, voltada à diversificação de atividades na agricultura familiar. Nesta pesquisa buscou-se investigar a contribuição de egressos da EFASC na diversificação de atividades na agricultura familiar na região. Para tanto foram realizadas entrevistas semiestruturadas com egressos das turmas de 2011 e 2012, além de levantamento bibliográfico e de dados em fontes secundárias sobre o tema. Os resultados evidenciaram que a escola, juntamente com o apoio de uma rede de entidades e das famílias dos jovens, prepara os estudantes para decidirem, de forma autônoma, sobre a permanência, ou não, no meio rural. Apontam também dificuldades referentes à disponibilidade de mão de obra, tendo em vista que são famílias com poucos integrantes e, em alguns casos, com problemas de saúde ou aposentados. Questões relacionadas ao tamanho das propriedades, que têm em média de 12 hectares, e o receio de realizar novos investimentos, em razão do grande risco de endividamento, também foram apontados como fatores limitadores para a diversificação. Como conclusão evidenciou-se que os jovens estão preocupados com a produção de alimentos saudáveis para o consumo, com práticas de manejo menos prejudiciais à saúde, dedicando-se à produção orgânica, sem a utilização de agrotóxicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AFUBRA. Fumicultura Sulbrasileira e os minifúndios, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/camaras-setoriais-tematicas/documentos/camaras-setoriais/tabaco/2019/61a-ro/afubra-resultado-da-safra-2018-2019-convertido.pdf Acesso em: 07 dez. 2020.

ASCOM EMATER/RS-ASCAR. A agricultura familiar é desenvolvida em 25% da área rural do RS, aponta IBGE. Disponível em: https://estado.rs.gov.br/agricultura-familiar-e-desenvolvida-em-25-da-area-rural-no-rs-aponta-ibge Acesso em: 20 out. 2020.

BERNARDES, Nilo. Bases geográficas do povoamento do Estado do Rio Grande do Sul. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 1997.

BRASIL. Decreto-Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Brasília, DF, 24 de jul. de 2006. Disponível em: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/837541.pdf. Acesso em: 31 out. 2017.

COSTA, João Paulo Reis. Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul - EFASC: uma contribuição ao desenvolvimento da região do Vale do Rio Pardo a partir da pedagogia da alternância. 2012. 225 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – Mestrado e Doutorado) - Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2012.

EMBRAPA. Concentração geográfica da agricultura familiar no Brasil. In: LANDAU, Elena Charlotte et al. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2013. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/200549/1/doc-155.pdf Acesso: 11 out. 2020.

POZZEBON, Adair. VERGUTZ, Cristina Luiza Bencke. O Projeto Profissional do Jovem - PPJ como instrumento de avaliação mediadora na Pedagogia da Alternância. In: Anais do I Seminário Regional da Educação no Campo, Santa Maria: UFSM, 2013. p. 1-16.

RIQUINHO D. L., HENNINGTON E. A. Cultivo do tabaco no Sul do Brasil: doença da folha verde e outros agravos à saúde. Ciências da Saúde Coletiva 2014; 19:4797-808. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2016001205005&script=sci_abstract&tlng=pt Acesso em: 15 out. 2020.

SANTOS C. N. C.; VILAR J. W. C. O papel do produtor familiar na agricultura brasileira: desafios e perspectivas. Anais do XXI Encontro Nacional de Geografia Agrária. Uberlândia: UFU/LAGEA, 2012. Disponível em: http://www.lagea.ig.ufu.br/xx1enga/anais_enga_2012/eixos/996_1.pdf Acesso em: 13 out. 2020.

SCHNEIDER, Selma. Educação do campo e sustentabilidade: o caso da Escola Família Agrícola em Santa Cruz do Sul - RS. 2012, 105 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – Mestrado e Doutorado) - Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2012.

SILVA, Márcio Luís Paveglio da. A diversificação na agricultura familiar. 2001. 183 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – Mestrado e Doutorado) - Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2001.

SINDITABACO. Dimensão do Setor. Disponível em: http://www.sinditabaco.com.br/sobre-o-setor/dimensoes-do-setor/ Acesso em: 24 out. 2020.

WANDERLEY, Maria de Nazareth Baudel. Agricultura familiar e campesinato: rupturas e continuidade. Estudos, sociedade e agricultura (UFRRJ), Rio de Janeiro, v. 21, p. 42-61, 2003.

WANDERLEY, Maria de Nazareth Baudel. O campesinato brasileiro: uma história de resistência. Rev. Econ. Sociol. Rural. 2014, vol.52, suppl.1, pp.25-44. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20032014000600002&script=sci_abstract&tlng=pt Acesso em: 18 set. 2020.

Downloads

Publicado

2021-07-27

Como Citar

Doege, F., & Etges, V. E. (2021). A Diversificação na Agricultura Familiar: Contribuição dos egressos da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc). Ágora, 23(2), 88-108. https://doi.org/10.17058/agora.v23i2.16681

Edição

Seção

Tema Livre