A (DES)HUMANIDADE DO PROCEDIMENTO DE PERÍCIA MÉDICA NO BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE: LÓGICA IMUNITÁRIA QUE REQUER REFLEXIVIDADE FRATERNA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/rdunisc.vi73.19209

Resumo

O objeto da pesquisa é a perícia médica realizada pela previdência social para a concessão dos benefícios por incapacidade. O problema é a complexidade do procedimento, que abrange burocracia e análises que demandam tempo, recursos e redundam em divergências, com grande judicialização. Como promover um raciocínio ecológico na proteção de direitos sociais da saúde e da previdência, de modo a reduzir o iter processual ao benefício e reduzir a vulnerabilidade social, bem como os conflitos? A hipótese é a de que os subsistemas de saúde e de previdência podem estabelecer comunicação fraterna e sistêmica, de confiança, para agilizar o processo de concessão de benefícios por incapacidade laborativa. O objetivo geral da pesquisa é introduzir a metateoria do Direito Fraterno de Elígio Resta como pressuposto procedimental para a análise do problema. Como objetivos específicos (i) contextualizar o funcionamento atual do sistema previdenciário, especialmente a perícia médica para a obtenção de benefícios por incapacidade; (ii) demonstrar que a técnica da burocracia e da legalidade estrita em nome da segurança jurídica causam tratamento desumano e judicialização; e, (iii) apresentar a metateoria do Direito Fraterno como hábil a nortear o raciocínio ecológico sistêmico como pressuposto procedimental abrandando a dicotomia amigo/inimigo. A metodologia de pesquisa contém processo epistemológico hipotético-dedutivo; como método a análise quantitativa e qualitativa e, como técnicas de pesquisa, revisão sistemática da literatura e exploratória de coleta de dados indiretos. O marco teórico que permeia todo o desenvolvimento pertence à Teoria do Sistema Social de Niklas Luhmann e à contemporânea Metateoria do Direito Fraterno de Elígio Resta. Como achados, constatou-se haver descompasso comunicativo entre os subsistemas da seguridade social, saúde e previdência refletindo na cultura organizacional da relação amigo-inimigo com o cidadão impactando, sobremaneira, na confiança que redunda em tratamento desumano.

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Biografia do Autor

Claudine Costa Smolenaars, UFRGS

Doutoranda em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Direito da Empresa e dos Negócios da UNISINOS/RS. Procuradora Federal na AGU. Vínculo com a UFRGS. E-mail: dinecosta@gmail.com. ORCID https://orcid.org/0000-0001-5428-0704

Daniela Regina Pellin, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Pós-Doutora em Direito pela UFRGS/RS. Vínculo com a Unisinos. E-mail: dpellin@unisinos.br. ORCID http://orcid.org/0000-0002-0972-0085

Sandra Regina Martini, UNILASALLE

Pós-doutora em Direito pela Università Roma Tre e em Políticas Públicas pela Universidade de Salerno. Vínculo com a Unilasalle. E-mail: srmvial@terra.com.br; srmartinipoa@gmail.com.  https://orcid.org/0000-0002-5437-648X

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Publicado

2024-09-19

Como Citar

Smolenaars, C. C. ., Pellin, D. R., & Martini, S. R. (2024). A (DES)HUMANIDADE DO PROCEDIMENTO DE PERÍCIA MÉDICA NO BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE: LÓGICA IMUNITÁRIA QUE REQUER REFLEXIVIDADE FRATERNA. Revista Do Direito, (73), 25-53. https://doi.org/10.17058/rdunisc.vi73.19209

Edição

Seção

Artigos Originais