Sobreposição geográfica histórica da riquetsiose humana com reservatórios animais em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v12i3.17039Resumo
Justificativa e objetivos: foi investigada a existência de uma sobreposição geográfica histórica entre a localização dos casos de riquetsiose humana do grupo da febre maculosa, um grupo de doenças causadas pela bactéria Gram-negativa Rickettsia sp., e dos reservatórios mamíferos, especificamente cavalos domésticos e capivaras, no perímetro urbano do município de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Métodos: foram geolocalizados os casos de riquetsiose humana ocorridos durante um período de 17 anos (2003-2020), sendo avaliada a distribuição dos casos no tempo e espaço geográfico através de indicadores de associação geoespacial de 1a e 2a ordem. Também analisamos a superposição dos locais dos casos de riquetsiose humana com a área de ocorrência de cavalos domésticos e capivaras. Resultados: homens foram diagnosticados mais frequentemente que as mulheres, mas grande proporção das mulheres acometidas faleceu. Os resultados indicam uma agregação dos casos de riquetsiose humana no tempo (os casos tendem a ocorrer próximos entre si a cada evento epidêmico) e no espaço geográfico (os casos se concentram em uma região geográfica específica do perímetro urbano). Os casos humanos aparentam ser mais associados às regiões da cidade com: i) maior frequência local de cavalos domésticos e não das capivaras; ii) menores índices de desenvolvimento familiar. Conclusão: sugere-se que, no cenário epidemiológico local, são os cavalos domésticos que aparentam ser as principais fontes da riquétsia infectando os humanos, não as capivaras.
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