Aspectos epidemiológicos da leishmaniose tegumentar americana e visceral na cidade de Cametá, Pará, Amazônia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/reci.v13i1.17333

Resumo

Justificativa e objetivos: as leishmanioses são antropozoonoses consideradas um grande problema para a saúde pública em regiões tropicais e endêmicas em algumas áreas de constante expansão. Este estudo teve como objetivo avaliar os principais aspectos epidemiológicos da leishmaniose tegumentar americana (LTA) e leishmaniose visceral (LV) no município de Cametá, no estado do Pará, no período de 2007 a 2017. Métodos: trata-se de uma análise descritiva-exploratória, de série temporal, com dados coletados no Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Vigilância Sanitária de Cametá. Realizaram-se os cálculos estatísticos, e, para o coeficiente de incidência de LTA e LV, utilizou-se a fórmula padrão para a obtenção do indicador. Resultados: foram notificados 94 e 294 casos de LTA e LV, com maior taxa de incidência em 2008. A doença atingiu todas as faixas etárias estabelecidas, com alta frequência nos menores de dez anos para LV (n=174), e, entre 20 e 30 anos de idade, para LTA (n=71). A doença foi mais prevalente no sexo masculino (LTA (89,4%) e LV (58,2%)), em virtude dos homens estarem mais relacionados com as atividades econômicas. Conclusão: em vista do alto número de casos rurais, ressalta-se que a notificação em área urbana também é preocupante, além dos meios de subsistência das famílias locais, pois vem tornando-as vulneráveis para o adoecimento. Ademais, há a preocupação com a possível expansão e mudança no padrão da LTA no município. A Secretaria Municipal, bem como de vigilância epidemiológica, deve atentar-se a promover investimentos e campanhas de combate e tratamento deste importante agravo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bangert M, Chávez MDF, Acevedo IPL, et al. Validation of rK39 immunochromatographic test and direct agglutination test for the diagnosis of Mediterranean visceral leishmaniasis in Spain. PLoS neglected tropical diseases. 2018;12(3):1-12. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006277

Organização Pan-americana de Saúde – OPAS. (2019). Leishmanioses. https://iris.paho.org/handle/10665.2/51738

Drugs For Neglected Diseases Initiative (2019). Leishmanioses. https://www.dndial.org/doencas/leishmanioses/

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (2017 - 12 dezembro). Leishmaniose visceral no Brasil: para onde vamos?. Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. https://www.sbmt.org.br/portal/visceral-leishmaniasis-in-brazil-where-are-we-going/

World Health Organization (2019). Leishmaniose. https://www.who.int/leishmaniasis/disease/clinical_forms_leishmaniases/en/index2.html

Guimaraes ESAS, Silva SO, Silva RCR, et al. Leishmania infection and blood food sources of phlebotomines in an area of Brazil endemic for visceral and tegumentary leishmaniasis. PLoS ONE. 2017;12(8): 1-19. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0179052

Lima ID, Lima ALM, Mendes-Aguiar CO, et al. Changing demographics of visceral leishmaniasis in northeast Brazil: lessons for the future. PLoS One. 2018; 12(3): 1-16. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006164

Akhoundi M, Kuhls K, Cannet A, et al. A historical overview of the classification, Evolution, and dispersion of Leishmania parasites and sandflies. Plos Neglected Tropical Diseases. 2016;10 (3):1-40. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0004349

Pasquali AKS, Baggio RA, Boeger WA, et al. Dispersion of Leishmania (Leishmania) infantum in central-southern Brazil: Evidence from an integrative approach. PLOS Neglected Tropical Diseases. 2019;13(8):1-20. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0007639

Ministério da Saúde (BR) (2017b). Leishmaniose Tegumentar Americana – casos confirmados notificados no sistema de informação de agravos de notificação – Pará. http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/ltabr.def

Kiros YK, Regassa BF. The role of rk39 serologic test in the diagnosis of visceral leishmaniasis in a Tertiary Hospital, Northern Ethiopia. BMC research notes. 2017;10(1):169. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5407002/

Ministério da Saúde (BR) (2019c). Leishmaniose visceral: o eu é, causas, sintomas, tratamento, diagnostico e prevenção. http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/leishmaniose-visceral&gt

Sociedade Brasileira de Infectologia (2019). Leishmaniose visceral. https://www.infectologia.org.br/pg/969/leishmaniose-visceral

Ministério da Saúde (BR) (2019b). Leishmaniose visceral. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/janeiro/28/leishvisceral-17-novo-layout.pdf&gt

Ministério da Saúde (BR). (2017a). Manual de vigilância da leishmaniose tegumentar (2a ed.). Departamento de vigilância em doenças transmissíveis. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2021). Estimativa populacional. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/igarape-miri/panorama

Sampaio CKRP, Cunha IP, Bulgareli JV, et al. Leishmaniose visceral na região de Sobral-CE: Perfil epidemiológico dos casos notificados entre os anos de 2015 a 2018. SANARE 2021; 20 (1): 7-16. https://doi.org/10.36925/sanare.v20i1.1545

Santos AFS, Calheiros TRSP, Santos MSL, et al. Leishmaniose Tegumentar Americana e Leishmaniose Visceral: Perfil Epidemiológico em Alagoas 2013- 2017. Revista Brasileira de Ciências da Saúde 2020; 24 (2): 27-284. https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6032.2020v24n2.48409

Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS. (2018). Leishmanioses: informe epidemiológico das américas. http://iris.paho.org/xmlui/bitstream/handle/123456789/34857/LeishReport6_por.pdf?sequen

Rinaldi F, Giaché S, Spinicci M, et al. Focal spleen lesions in visceral leishmaniasis, a neglected manifestation of a neglected disease: report of three cases and systematic review of literature. Infection. 2019;47(9):507-518. https://doi.org/10.1007/s15010-019-01279-5

Benedetti MSG, Pezente LG. Aspectos epidemiológicos da leishmaniose visceral no extremo Norte do Brasil. Braz J Hea Rev. 2020; 3 (5): 14203-14226. https://doi.org/10.34119/bjhrv3n5-224

Coutinho LS, Carvalho LS, Rosa LMS, et al. Perfil epidemiológico: notificação de leishmaniose visceral no município de Petrolina (PE). Braz J Hea Rev. 2019; 2 (4): 3667-3680. https://doi.org/10.34119/bjhrv2n4-130

Galvis-Ovallos F, Casanova C, Sevá ADP, Galati EAB. Ecological parameters of the (S)-9-methylgermacrene-B population of the Lutzomyia longipalpis complex in a visceral leishmaniasis area in São Paulo state, Brazil. Parasit Vectors. 2017;10(1):269. https://doi.org/10.1186/s13071-017-2211-8

Temponi AOD, Brito MG, Ferraz ML, et al. Ocorrência de casos de leishmaniose tegumentar americana: uma análise multivariada dos circuitos espaciais de produção, Minas Gerais, Brasil, 2007 a 2011. Cad Saúde Pública. 2018; 34 (2): 1-14. https://doi.org/10.1590/0102-311X00165716

Varani S, Ortalli M, Attard L, et al. Serological and molecular tools to diagnose visceral leishmaniasis: 2-years’ experience of a single center in Northern Italy. PloS one. 2017;12(8): 1-10. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0183699

Publicado

2023-03-31

Como Citar

Coelho Simões, M., Silva, L. H. da S. e, Miranda, B. O. ., Bichara, C. N. C. ., & Viana, J. H. . (2023). Aspectos epidemiológicos da leishmaniose tegumentar americana e visceral na cidade de Cametá, Pará, Amazônia. Revista De Epidemiologia E Controle De Infecção, 13(1). https://doi.org/10.17058/reci.v13i1.17333

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL