Dinâmica espacial e temporal das doenças tropicais negligenciadas no Arquipélago do Marajó, Amazônia-PA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/reci.v13i2.17866

Palavras-chave:

Doenças Negligenciadas, Saneamento Básico, Dengue

Resumo

Justificativa e objetivo: a população autodenominada de marajoara encontra-se em vulnerabilidade devido às negligências de serviços básicos regidos na constituição, como saneamento básico, saúde e educação. Logo, a busca e o mapeamento de dados epidemiológicos são necessários para que se tenha uma dimensão real de como se comportam determinados agravos na região. Diante disso, o estudo objetivou analisar a distribuição espaço-temporal das doenças tropicais negligenciadas e sua relação com indicadores socioambientais no Arquipélago do Marajó, Pará, Amazônia. Métodos: este estudo é do tipo descritivo e ecológico, de série temporal, com abordagem quantitativa, que avaliou a taxa de incidência das doenças tropicais negligenciadas nos 16 municípios que compõem o Marajó no período de 2007 a 2016. Foram realizadas análises de dados socioeconômicos e populacionais extraídos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Sistema FIRJAN) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resultados: de acordo com o levantamento, a leishmaniose tegumentar americana, a dengue e a tuberculose foram os agravos de maior notificação no total. Todos os municípios apresentaram, ao menos, uma doença no período. Realizou-se a distribuição espacial dos números de casos de doenças tropicais em todos os municípios que compõem o Arquipélago entre 2007 e 2016. Conclusão: a antropização do ambiente vem favorecendo a proliferação de agentes vetoriais e, consequentemente, a incidência de doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado, cuja configuração é fruto de um processo de urbanização desordenado e desenvolvimento historicamente excludente, com ausência de investimentos, tornando esse prejuízo ainda mais dramático para a população.

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Biografia do Autor

Alcione Oliveira, UEPA

Mestranda em Ciências Ambientais na Universidade do Estado do Pará (2019), cujo objeto de pesquisa são as Doenças tropicais negligenciadas na Amazônia. Especialista em Microbiologia - Área de Concentração Microbiologia Clínica pela Universidade Federal do Pará (2014). Professora - Secretaria de Educação do Estado do Pará, sendo Licenciada Plena em Ciências Naturais com Habilitação em Biologia, pela Universidade do Estado do Pará (2006).

Marcelo Simões , UEPA

Doutorando em Ciências Ambientais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Estado do Pará (PPGCA-UEPA). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Estado do Pará (PPGCA-UEPA), 2020; Atuou como Bolsista Capes Demanda Social. Atualmente tem se especializado em estudos epidemiológicos no contexto amazônico, assim como recursos hídricos, com ênfase em avaliação de qualidade ambiental. Graduado em Ciências Naturais com Habilitação em Biologia pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus XIX, no ano de 2018. Foi estagiário nos laboratórios de Tecnologia de Alimentos e Ciências Naturais da UEPA-Salvaterra. Atuou como professor titular do curso pré- vestibular da instituição UEPA- Campus XIX, no ano de 2017.

Altem Pontes, UEPA

Licenciado em Física pela Universidade Federal do Pará (1991); Bacharel em Física pela Universidade Federal do Pará (1994); Mestre em Geofísica pela Universidade Federal do Pará (1995) e Doutor em Ciências, na modalidade Física, pela Universidade Estadual de Campinas (2001). Atualmente é Professor Associado III da Universidade Federal do Pará e Professor Adjunto IV da Universidade do Estado do Pará. Sua linha de pesquisa é Estudos e Pesquisas Interdisciplinares que envolvam Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação, Cultura, Saúde e/ou Meio Ambiente. Outra linha de pesquisa de interesse é a Modelagem Ambiental e Ecológica de Ecossistemas Amazônicos.

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

Santos de Aguiar, E., Pinheiro de Oliveira , A., Coelho Simões , M., & Nascimento Pontes , A. (2023). Dinâmica espacial e temporal das doenças tropicais negligenciadas no Arquipélago do Marajó, Amazônia-PA. Revista De Epidemiologia E Controle De Infecção, 13(2). https://doi.org/10.17058/reci.v13i2.17866

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL