Análise da implantação de um comitê de mortalidade por aids mediante indicadores de saúde municipais
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v13i2.17978Palavras-chave:
HIV, aids, mortalidade, letalidade, indicadores de saúdeResumo
Justificativa e objetivo: a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) apresenta elevadas taxas de detecção e óbito no estado do Rio Grande do Sul. A fim de compreender melhor tais óbitos, em dezembro de 2017, a Secretaria Municipal de Saúde de Uruguaiana implementou o Comitê de Mortalidade por aids (CMaids). O objetivo deste estudo é analisar o impacto da implantação do CMaids de Uruguaiana por meio de indicadores de saúde municipais. Métodos: estudo ecológico de série temporal, utilizando dados secundários das plataformas oficiais do Ministério da Saúde entre o período de 2008 a 2020. Resultados: observou-se redução dos indicadores número de óbitos (de 28 em 2008 para 9 em 2020), taxa de mortalidade (de 22,0 em 2008 para 7,1 óbitos/100.000 habitantes em 2020) e taxa de letalidade (de 46,74 em 2008 para 9,61 óbitos/1.000 habitantes em 2020). Ainda, verificaram-se linhas de tendência entre 2017-2020 por meio do modelo de regressão logarítmica com pontos de junção. Averiguou-se relevante mudança percentual anual nos indicadores de mortalidade e letalidade, com redução de 59,1% e 73,4%, respectivamente, em 2020, ao comparar-se o valor observado e o esperado. Conclusão: os achados permitem conjecturar que o CMaids contribuiu para melhorias dos indicadores de saúde, evidenciando essa como uma estratégia relevante para o enfrentamento do HIV/aids em nível local.
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