Impacto da COVID-19 no registro de casos de leishmaniose tegumentar no Maranhão, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v13i3.18352Palavras-chave:
Epidemiologia, Doença negligenciada, Coronavirus, Serviços de SaúdeResumo
Justificativa e Objetivos: O potencial impacto da COVID-19 nas intervenções e nos programas de vigilância, como a leishmaniose tegumentar, durante o primeiro ano da pandemia, auxilia no entendimento das consequências da pandemia nos sistemas de notificação, com o intuito de subsidiar ações imediatas de políticas públicas e educação em saúde, além de evidenciar a necessidade de implementação de novas estratégias de fortalecimento dos serviços de vigilância epidemiológica. Este estudo teve como objetivo analisar o possível impacto da pandemia da COVID-19 no número de registros de casos de leishmaniose tegumentar no Maranhão, Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico dos casos confirmados de leishmaniose tegumentar no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2020. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A métrica P-score foi utilizada para avaliar os possíveis subregistros de leishmaniose tegumentar. Resultados: No período de 2015 a 2020, foram registrados 7.886 casos novos da doença. Para o ano de 2020, eram esperados 1.346 casos, porém 1.158 foram notificados, o que representa uma diminuição de 13,94%. As regionais de saúde de São Luís, São João dos Patos e Presidente Dutra apresentam as maiores quedas de possíveis novos casos esperados. Conclusão: Os desafios no diagnóstico dos casos de leishmaniose tegumentar parecem ter se intensificado no contexto da COVID-19 no Maranhão, o que sinaliza um alerta importante para os serviços de saúde e gestores.
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