Perfil de utilização de antimicrobianos em pacientes queimados internados em unidade de terapia intensiva
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v15i1.19488Palavras-chave:
Queimaduras, Infecções Bacterianas e Fúngicas, Agentes Antimicrobianos, Unidade de Terapia IntensivaResumo
Justificativa e Objetivos: Após queimaduras extensas, as infecções são uma causa de morte importante. O objetivo deste estudo foi identificar as infecções bacterianas e o consumo de antimicrobianos em pacientes queimados internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Métodos: Estudo observacional retrospectivo desenvolvido em um hospital público referência em trauma no ano de 2022. Os dados foram obtidos do prontuário do paciente. Os antimicrobianos foram classificados de acordo com a Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) e a quantidade utilizada expressa em Dose Diária Definida por mil pacientes-dia (DDD-1000). Resultados: Internaram por queimaduras no período, 64 pacientes, 75% do sexo masculino, com idade entre 18 e 83 anos, fogo (45%) foi a principal causa de internação e o desfecho óbito foi observado em 25% dos casos. A incidência de infecções bacterianas foi de 73,4% e de infecções fúngicas de 4,7%. Foram isolados 263 microrganismos, Gram-negativos (n=183), Gram-positivos (n=73) e fungos (n=7). Foram utilizados 15 diferentes antimicrobianos, totalizando 13.060 unidades dispensadas. O consumo total de antimicrobianos no período foi de 1.111,20 DDD-1000, sendo os mais utilizados meropenem (281,0), oxacilina (250,5), polimixina B (1,8) e vancomicina (178,0). Conclusão: Infecções bacterianas são de alta incidência em pacientes queimados críticos. A utilização de antimicrobianos de amplo espectro como meropenem e vancomicina podem estar relacionados ao perfil de infecção desses pacientes em UTI.
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