Análise da Tuberculose Ocupacional no Sistema Nacional de Vigilância do Brasil de 2007-2011

Autores

  • Gabriela Ferreira Nunes Prefeitura Municipal de Vila Velha - Espírito Santo e Universidade Federal do Espírito Santo - UFES.
  • Thiago Nascimento do Prado PhD, Universidade Federal do Espírito Santo, ES
  • Fernanda Mattos de Souza Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes - Rio de Janeiro
  • Lia Gonçalves Possuelo Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC
  • Ethel Leonor Noia Maciel Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

DOI:

https://doi.org/10.17058/reci.v7i1.7411

Resumo

Justificativa e objetivos: O Brasil está entre os 22 países com alta prevalência de tuberculose (TB) e um dos cinco países que juntos contém 48% dos casos de TB do mundo. Os profissionais de saúde (PS) estão entre os grupos vulneráveis para adquirir a infecção. Contudo, outras categorias profissionais também são expostas a esse risco, como: mineiros e trabalhadores que manipulam amianto. Diante disso, o objetivo deste estudo foi identificar e comparar as características epidemiológicas da tuberculose ocupacional (TB) entre os profissionais de saúde (PS) e não profissionais de saúde (N-PS). Métodos: Estudo transversal utilizando o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Brasil. Resultados: A proporção de casos de tuberculose ocupacional com base em dados de 2007-2011 foi de 1,6%. Analisamos 3.049 indivíduos, dos quais 298 (10%) eram PS e 2.751 (90%) foram N-PS. PS foram menos prováveis de serem do sexo masculino (OR = 0,24: IC 95%: 0,18-0,32), etilista (OR = 0,17; IC 95%: 0,05-0,54), cobertos pelo programa DOTS (OR = 0,58; IC 95%: 0,43-0,77) e de serem transferidos (OR = 0,34; IC 95%: 0,16-0,70). Por outro lado, os PS são mais prováveis de terem mais de 8 anos de estudo (OR = 27,47; IC 95%: 16,64-45,34), 43 anos ou mais de idade (OR = 1,96; IC 95%: 1,37-2,79) e de terem TB extrapulmonar (OR = 1,60; IC 95%: 1,12-2,28). Conclusões: Os resultados do nosso estudo destacam a tuberculose como uma doença ocupacional, fortalecendo as discussões em torno da saúde do trabalhador e revelando a necessidade de medidas em saúde pública para prevenção e controle da TB em N-PS. DESCRITORES: Tuberculose. Saúde do Trabalhador. Sistemas de Informação em Saúde. Ocupacional, sistema de vigilância.

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Biografia do Autor

Gabriela Ferreira Nunes, Prefeitura Municipal de Vila Velha - Espírito Santo e Universidade Federal do Espírito Santo - UFES.

Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal do Espírito Santo (2011/2). Atualmente faz Mestrado em Saúde Coletiva/Epidemiologia pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da UFES- PPGASC/UFES. Integrante do Laboratório de Epidemiologia da Universidade Federal do Espírito Santo, coordenado pela profa. Dra. Ethel Leonor Noia Maciel. Participa há mais de um ano do grupo de estudos Determinantes Sociais em Saúde da Tuberculose.

Thiago Nascimento do Prado, PhD, Universidade Federal do Espírito Santo, ES

Possui graduação em enfermagem pela Universidade Federal do Espirito Santo(2007), Mestrado em Doenças Infecciosas pela UFES (2010) e doutorado em Doenças Infecciosas pela UFES (2015) , realiza projetos de pesquisa na área de Epidemiologia das doenças transmissíveis e é Professor da UFES do departamento de Enfermagem. Principais áreas de interesse: Epidemiologia e doenças infecciosas.

Fernanda Mattos de Souza, Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes - Rio de Janeiro

Possui Graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal do Espírito Santo (2011). Mestre em Doenças Infecciosas pela Programa de Pós Graduação em Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo (2014). Atua principalmente no seguinte tema: Tuberculose. Atualmente é Enfermeira no Centro de Diagnóstico e Tratamento de Doenças Infecto-parasitárias em Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro e estudante em estagio probatório para o Doutorado pelo Programa de Pós Graduação em Clínica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mantém atividades de pesquisa no Projeto INATA: Infecção e Adoecimento por tuberculose em Profissionais de Saúde da Atenção Primária, além de participar das atividades desenvolvidas no Laboratório de Epidemiologia do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo na temática "tuberculose em profissionais de saúde".

Lia Gonçalves Possuelo, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

Possui graduação em Ciencias Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000), Mestrado e Doutorado em Ciências Biológicas: Bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2004/2008).Atualmente é professor adjunto da Universidade de Santa Cruz do Sul , docente do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde da UNISC. Tem experiência na área de Biotecnologia, Vigilância em Saúde, Saúde prisional e tuberculose. Atualmente coordenadora Centro de Pesquisa e Treinamento em Biotecnologia e Editora da revista de Epidemiologia e Controle de Infecção. email: liapossuelo@unisc.br

Ethel Leonor Noia Maciel, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Possui Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Espírito Santo (1994), Mestrado em Enfermagem de Saúde Pública pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999), Doutorado em Saúde Coletiva/Epidemiologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2004) e Pós-doutorado em Epidemiologia pela Johns Hopkins University (2008). É professora associada da Universidade Federal do Espírito Santo e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq em Epidemiologia. Ministra a disciplina de Epidemiologia. É vice-coordenadora de área de Epidemiologia da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (REDE-TB). Membro da Comissão de Epidemiologia da ABRASCO. Atualmente é Vice-reitora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Desenvolve suas atividades no campo da Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: métodos epidemiológicos, Determinantes Sociais de Tuberculose, epidemiologia e controle da tuberculose.

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Publicado

2017-01-16

Como Citar

Nunes, G. F., Prado, T. N. do, Souza, F. M. de, Possuelo, L. G., & Maciel, E. L. N. (2017). Análise da Tuberculose Ocupacional no Sistema Nacional de Vigilância do Brasil de 2007-2011. Revista De Epidemiologia E Controle De Infecção, 7(1), 25-33. https://doi.org/10.17058/reci.v7i1.7411

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL