Viver e Não Ter a Vergonha de Ser Feliz: Música e Produção de Sentidos num CAPS da Amazônia Ocidental
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v2i2.11801Palavras-chave:
Música, Reabilitação social, Interação social.Resumo
O objetivo com este artigo foi descrever os sentidos produzidos acerca das experiências musicais vivenciadas por usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da região Amazônica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada por meio de uma entrevista semiestruturada com dez participantes de uma oficina de música. A análise dos depoimentos teve como orientação a Análise do Discurso sob a perspectiva da Psicologia Discursiva e permitiu identificar quatro repertórios interpretativos: a) a música como recurso ativador das lembranças; b) a oficina de música como elemento de desconstrução social do preconceito; c) os encontros musicais como espaço de interação social; e d) as atividades musicais como recurso terapêutico. Conclui-se que a intervenção por meio da música pode refletir na instituição de saúde de forma positiva, proporcionando a instauração de um ambiente terapêutico no qual o usuário se sente valorizado em dimensões que normalmente não são abordadas no sistema convencional de assistência à saúde.
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