Uma Análise Generificada de Cuidadoras de Crianças com Desenvolvimento Atípico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/psiunisc.v3i2.13394

Palavras-chave:

Desenvolvimento Humano, Análise Generificada, Cuidadoras, Crianças com Desenvolvimento Atípico.

Resumo

O desenvolvimento humano é um fenômeno multifacetado, envolvendo processos de mudanças biológicas, psicológicas, sociais e culturais, ocorridos nas interações entre pessoas e sistemas biológicos, dentro de grupos sociais e ambientes, ao longo do ciclo da vida. O sistema familiar é visto como um dos ambientes centrais para a pessoa em desenvolvimento, dado o estabelecimento de relações entre a criança, desde o início de sua vida, e seus cuidadores. O objetivo deste estudo foi analisar, a partir dos estudos de gênero e do modelo bioecológico do desenvolvimento humano, os papéis desempenhados por cuidadoras de crianças com desenvolvimento atípico, no contexto da Amazônia brasileira. Os estudos sobre o cuidado de crianças com desenvolvimento atípico mostram o quanto esse fator age como um divisor no exercício da parentalidade, dados os aspectos socioculturais de gênero, raça e classe, onde se percebeu a maior parte das pessoas que exercem tais atividades, sendo mulheres. Concluiu-se que as práticas de cuidado ainda são atravessadas por toda uma carga de ações e respostas de uma rede de contextos cujas atividades, continuam sendo vistas como “domínios” femininos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Matheus dos Santos da Silveira, Universidade Federal do Pará

Graduado em Relações Internacionais pela Universidade da Amazônia (2018), Mestrando em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (2019-Atual), Graduando em Psicologia pela Universidade Federal do Pará (2015-Atual). Desenvolve pesquisas no Laboratório de Ecologia do Desenvolvimento (LED-UFPA) em temas como: Psicologia do Desenvolvimento Humano e Psicologia Social.

Yasmin Borges Farias, Universidade Federal do Pará

Graduanda em Psicologia na Universidade Federal do Pará (2015-Atual), bolsista do CNPq no Laboratório de Ecologia e Desenvolvimento (LED) do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento (NTPC). Atua principalmente nos seguintes temas: pobreza, desenvolvimento, família e coparentalidade. Possui interesse nas áreas de Psicologia do Desenvolvimento Humano, Psicologia Clínica e Feminização da Pobreza.

Ruth Daisy Capistrano de Souza, Universidade Federal do Pará

Graduada em Pedagogia pela União das Escolas Superiores do Pará (1988), mestra e doutora em Teoria e Pesquisa do Comportamento - Área: Psicologia, pela Universidade Federal do Pará (2004/2008), realiza estágio pós- doutoral em Ecoetologia do Desenvolvimento (2016-Atual) na Universidade Federal do Pará. Experiência na área de Educação, Educação Especial e diversidade humana, Psicologia (ênfase em Processos de Aprendizagem) atuando principalmente nos seguintes temas: História da Educação, Planejamento Educacional, Currículo, Surdez, TDAH, Deficiência Múltipla, Inclusão, Ensino e Aprendizagem, Família e Alteração em Desenvolvimento humano.

Referências

Acton, G. J. (2002). Health-Promoting Self-Care in Family Caregivers. Western Journal of Nursing Research, 24(1), 73-86. doi: 10.1177/01939450222045716

Afonso, T. (2016). Práticas de cuidado, redes de apoio e satisfação social de cuidadores primários de crianças com paralisia cerebral (Tese de doutorado). Universidade Federal do Pará, Belém

Barbosa, M. A. M., Balieiro, M. M. F. G., & Pettengill, M. A. M. (2012). Cuidado centrado na família no contexto da criança com deficiência e sua família: uma análise reflexiva. Texto & Contexto - Enfermagem, 21(1), 194-199. doi: https://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072012000100022

Bastos, O. M. & Deslandes, S. F. (2008). A experiência de ter um filho com deficiência mental: narrativas de mães. Cadernos de Saúde Pública, 24(9), 2141-2150. doi: 10.1590/S0102-311X2008000900020

Bronfenbrenner, U. (1989). Ecological systems theory. In: Vasta, R. (org.) Annals of Child Development. Greenwich: Jay. p. 187-249.

Bronfenbrenner, U. (2011). Bioecologia do Desenvolvimento Humano: tornando os seres humanos mais humanos. Porto Alegre: Artmed.

Bronfenbrenner, U. & Morris, P. A. (2006). The bioecological model of human development. In W. Damon & R. M. Lerner (Eds.), Handbook of child psychology: theoretical models of human developmental (Vol. 1, pp. 793-828). New York: John Wiley.

Butler, J. (2003). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Cairns, R. B., Elder, G. H., & Costello, E. J. (Eds.). (1996). Developmental science. New York: Cambridge University Press.

Câmara, F. S., Martins, W. L. L., de Moura, M. L. N., Gadelha, E. C. M., Souza, L. L., & Ferreira, J. M. S. (2016). Perfil do Cuidador de Pessoas com Deficiência. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, 20(4), 269-276. doi:10.4034/RBCS.2016.20.04.02

Carvalho-Barreto, A. (2016). Paradigma Sistêmico no Desenvolvimento Humano e Familiar: a teoria bioecológica de Urie Bronfenbrenner. Psicologia em Revista, 22(2), 275-293. doi: 10.5752/P.1678-9523.2016V22N2P275.

Charmes, J. (2005). Femmes africaines, activités économiques et travail: de l’invisibilité à la reconnaissance. Revue Tiers Monde, n° 182, avril, p. 255-281. DOI : 10.3917/rtm.182.0255

Collins, P. H. (2014). Interseccionality: a knowledge project for a decolonizing world. Comunicação ao colóquio internacional. Intersectionnalité et Colonialité: débats contemporains. Université Paris Diderot, 28 mar.

Connell, R. (2009). Gender in World Perspective. Cambridge, UK: Polity Press

Dantas, M. S. A., Pontes, J. F., Assis, W. D., & Collet, N. (2012). Facilidades e dificuldades da família no cuidado à criança com paralisia cerebral. Revista Gaúcha de Enfermagem, 33(3), 73-80. doi: 10.1590/S1983-14472012000300010

Darling, N. (2007) Ecological systems theory: The person in the center of the circles. Research in Human Development, 4(3-4), 203-217. doi: 10.1080/15427600701663023

Dessen, M. A. & Guedea, M. T. D. (2005). A ciência do desenvolvimento humano: ajustando o foco de análise. Paideia, 15(30), 11-21.

Dourado, C. M., França, I. L., Cardoso, V. S., da Costa Silva, S. S., & Pontes, F. A. R. (2017). Coparenting in Caregivers of Children With Cerebral Palsy. Interpersona: An International Journal on Personal Relationships, 11(supp1), 35-46. doi: 10.5964/ijpr.v11isupp1.250

Faria, A. M. D. B. (2011). Crianças com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade: um olhar sobre o cuidador primário (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. doi: 10.11606/D.59.2011.tde-23102013-134606.

Feinberg, M. E. (2002). Coparenting and the Transition to Parenthood: A Framework for Prevention. Clinical Child and Family Psychology Review, 5(3), 173–195. doi: 10.1023/a:1019695015110

Franco, V. (2016). Tornar-se pai/mãe de uma criança com transtornos graves do desenvolvimento. Educar em Revista, (59), 35-48. doi: 10.1590/0104-4060.44689

Furiati, L., & Mayorga, C. (2016). Sem Lugar: A experiência de remoção de mulheres faveladas. Revista Polis e Psique, 6(2), 45-69. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2016000200004&lng=pt&tlng=pt

Glat, R. (2012). Orientação familiar como estratégia facilitadora do desenvolvimento e inclusão de pessoas com necessidades especiais. In E. G. Mendes, M. A. Almeida (Org.), A pesquisa sobre inclusão escolar em suas múltiplas dimensões: teoria, política e formação (315-326). Marília: ABPEE

Henriques, C. R., Féres-Carneiro, T., & Magalhães, A. S. (2006). Trabalho e família: o prolongamento da convivência familiar em questão. Paidéia (Ribeirão Preto), 16(35), 327-336. doi: 10.1590/S0103-863X2006000300004

Hirata, H. (2014). Gênero, classe e raça Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, 26(1), 61-73. doi: 10.1590/S0103-20702014000100005

Kahana, E., & Young, R. (1990). Clarifying the caregiver paradigm: challenges for the future. In D. E. Biegel, & A. Blum (eds.), Aging and caregiving: Theory, research and practice (76-97). Newbury Park, CA: Sage Publications

Kerner, I., & Tavolari, B. (2012). Tudo é interseccional?: Sobre a relação entre racismo e sexismo. Novos estudos CEBRAP, (93), 45-58. doi: 10.1590/S0101-33002012000200005

Kotzampopoulou, I. (2015). Quality of life in families having children with disabilities: the parents’ perspective (Dissertação de Mestrado). Universidade de Oslo, Noruega

Lemos, R. A., & Veríssimo, M. L. Ó R. (2015). Development of premature children: caregivers' understanding according to the Bioecological Theory. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 49(6), 898-906. doi: 10.1590/S0080-623420150000600004.

Magnusson, D., & Cairns, R. B. (1996). Developmental science: Toward a unified framework. In R. B. Cairns, G. H. Elder, Jr., & E. J. Costello (Eds.), Cambridge studies in social and emotional development. Developmental science (pp. 7-30). New York, NY, US: Cambridge University Press. http://dx.doi.org/10.1017/CBO9780511571114.003

Miranda, S. F. (2016). Da base da pirâmide social à "elite" do sistema: um estudo de caso sobre as diversas incursões de uma mulher negra, nordestina e militante. Pesquisas e Práticas Psicossociais. 11(1), 100-117. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-89082016000100009&lng=pt&tlng=pt

Misquiatti, A. R. N., Brito, M. C., Ferreira, F. T. S. & Assumpção Júnior, F. B. (2015). Sobrecarga familiar e crianças com transtornos do espectro do autismo: perspectiva dos cuidadores. Revista CEFAC, 17(1), 192-200. doi: 10.1590/1982-0216201520413

Monteiro, A. M. (2001). Avanços no estudo da conjugalidade: os casais de dupla carreira. Psicologia: Ciência e Profissão, 21(3), 10-19. doi: 10.1590/S1414-98932001000300003

Morris, M. (2001). Gender-Sensitive Home and Community Care and Caregiving Research: a synthesis paper. Women Health Bureau of the Government of Canada.

Mthembu, T. G., Brown, Z., Cupido, A., Razack, G., & Wassung, D. (2016). Family caregivers' perceptions and experiences regarding caring for older adults with chronic diseases. South African Journal of Occupational Therapy, 46(1), 83-88. doi: 10.17159/2310-3833/2016/v46n1a15

Okin, S. M. (2008). Gênero, o público e o privado. Revista Estudos Feministas, 16(2), 305-332. doi: 10.1590/S0104-026X2008000200002

Oliveira, M. F. S., Silva, M. B. M., Frota, M. A., Pinto, J. M. S., Frota, L. M. C., & Sá. F. E. (2008). Qualidade de Vida do Cuidador de Crianças com Paralisia Cerebral. RBPS, 21(4), 275-280.

Pinto, N. M. A. (2013). As redes de apoio social e as relações de trabalho de mulheres em comunidades rurais do Maranhão e ribeirinhas da região amazônica (Tese de Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento, Universidade Federal do Pará, Belém. Recuperado de http://ppgtpc.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/teses/Neuzeli%20Pinto%202013.pdf

Poletto, M., & Koller, S. H. (2008). Contextos ecológicos: promotores de resiliência, fatores de risco e de proteção. Estudos de Psicologia (Campinas), 25(3), 405-416. doi: 10.1590/S0103-166X2008000300009

Pontes de Lima, A., & Oliveira Lima, A. (2012). Perfil do desenvolvimento neuropsicomotor e aspectos familiares de crianças institucionalizadas na cidade do Recife. Revista CES Psicologia, 5(1), 11-24. Recuperado de http://revistas.ces.edu.co/index.php/psicologia/article/view/2051

Santos, T. M., Nunes, B., Pontes, F. A. R., & Silva, S. S. C. (2017). Female Empowerment of Amazonian Riverine Beneficiaries of the Bolsa Família Program. Interpersona: An International Journal on Personal Relationships, 11(supp1), 22-34. doi: 10.5964/ijpr.v11isupp1.249

Sena, E., Souza, M., & Andrade, L. (2016). Percepção de cuidadores de pessoas com Doença de Alzheimer sobre suas perspectivas de futuro. Revista Kairós: Gerontologia, 19(3), 151-168. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/kairos/article/view/32369/22401

Silva, C., & Martínez, M. L. (2004). Empoderamiento: Proceso, Nivel y Contexto. PYSKHE, 13(1), 29-39. doi: 10.4067/S0718-22282004000200003

Silva, S. S. C., Pontes, F. A. R., Lima, L. C., & Maluschke, J. B. (2010). Rede social e papéis de gênero de casais ribeirinhos de uma comunidade amazônica. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(4), 605-612. doi: 10.1590/S0102-37722010000400004

Silva, T. C. O., Barros, V. F., & Hora, E. C. (2011). Experiência de ser um cuidador familiar no câncer infantil. Rev. Rene, 12(3), 526-531. Recuperado de http://periodicos.ufc.br/rene/article/view/4276

Sorj, B. (2013). Arenas de cuidado nas interseções entre gênero e classe social no Brasil. Cadernos de Pesquisa, 43(149), 478-491. doi: 10.1590/S0100-15742013000200006

Sorj, B. (2014). Socialização do cuidado e desigualdades sociais. Tempo Social, revista de sociologia da USP. v. 26, n. 1, p. 123-128.

Souza, M. F., & Mariano, S. (2018). Percepções de Cuidado e Práticas de Gênero de Mulheres em Situação de Pobreza a Partir de um Recorte Geracional. Mediações - Revista de Ciências Sociais, 23(3), 164-194. doi: 10.5433/2176-6665.2018v23n3p164

Swinkels, J., van Tilburg, T., Verbakel, E., & Van Groenou, M. B. (2017). Explaining Gender Gap in the Caregiving Burden of Parent Caregivers. The Journals of Gerontology: Series B, 74(2), 309–317. doi: 10.1093/geronb/gbx036.

Wagner, A., Predebon, J., Mosmann, C., & Verza, F. (2005). Compartilhar tarefas? Papéis e funções de pai e mãe na família contemporânea. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 21(2), 181-186. doi: 10.1590/S0102-37722005000200008

Van Keer, I., Colla, S., Van Leeuwen, K., Vlaskamp, C., Ceulemans, E., Hoppenbrouwers, K.,… Maes, B. (2017). Exploring parental behavior and child interactive engagement: A study on children with a significant cognitive and motor developmental delay. Research in Developmental Disabilities, 64, 131-142. doi: 10.1016/j.ridd.2017.04.002

Von Kanel, R., Mausbach, B. T., Dimsdale, J. E., Ziegler, M. G., Mills, P. J., Allison, M. A.,… & Grant, I. (2019). Refining caregiver vulnerability for clinical practice: determinants of self-rated health in spousal dementia caregivers. BMG Geriatrics, 19(18), 1-11. doi: 10.1186/s12877-019-1033-2

Downloads

Publicado

2019-07-19

Como Citar

Silveira, M. dos S. da, Farias, Y. B., & Souza, R. D. C. de. (2019). Uma Análise Generificada de Cuidadoras de Crianças com Desenvolvimento Atípico. PSI UNISC, 3(2), 101-114. https://doi.org/10.17058/psiunisc.v3i2.13394

Edição

Seção

Dossiê Temático: Parentalidades, Gênero, e Diversidade Sexual