Demanda de saúde mental segundo experiência de Agentes Comunitárias de Saúde
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v7i1.17015Palavras-chave:
Saúde mental, Atenção primária à saúde, Agente comunitário de saúdeResumo
Os Agentes Comunitários de Saúde são profissionais essenciais na Atenção Primária à Saúde, atuando no território e transitando entre o serviço e a comunidade. Ao circular nesses locais, estão em contato com os processos de saúde e, portanto, de saúde mental dos usuários. Este artigo buscou identificar a compreensão acerca da demanda de cuidados em saúde mental na Atenção Primária à Saúde segundo agentes atuantes em uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) de um município mineiro. A pesquisa tem caráter qualitativo, descritivo e exploratório. Foi aplicado um questionário e realizou-se entrevistas com roteiro semiestruturado com cinco agentes comunitárias de saúde da UBSF, sendo a análise inspirada na análise temática de conteúdo. Assim, foram elaboradas as categorias: (A) Modos de identificação dos usuários de saúde mental; e (b) O papel da visita domiciliar e a presença do NASF. Observou-se que o processo de identificação da demanda em saúde mental é complexo, sendo atravessado por um pensamento generalizante sobre quem é o usuário da saúde mental. A visita domiciliar é a ferramenta primordial para compreensão da demanda e realização de orientações. Ressalta-se que as agentes desenvolvem seu trabalho a partir de tecnologias leves e suas falas revelam a necessidade de fortalecimento de seu trabalho por gestores e políticas públicas.
Downloads
Referências
Almeida, E. R., Sousa, A. N. A., Brandão, C. C., Carvalho, F. F. B., Tavares, G., & Silva, K. C. (2018). Revisão da Política Nacional de Atenção Básica no Brasil: uma análise do processo de revisão (2015–2017). Rev Panam Salud Publica, 42, e180. doi: 10.26633/RPSP.2018.180
Alonso, C. M. C., Béguin P. D., & Duarte, F. J. C. M. (2018). Trabalho dos agentes comunitários de saúde na Estratégia Saúde da Família: metassíntese. Revista de Saude Publica, 52(14), 1-13. doi: 10.11606/S1518-8787.2018052000395
Amarante, P. (2007). Saúde Mental e Atenção Psicossocial (4a ed). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.
Ávila, M. B. & Siniak, D. S. (2017). Ações de saúde mental desenvolvidas em uma estratégia saúde da família. Revista de Enfermagem USFM, 7(3), 388-397. doi: 10.5902/2179769226237
Barbosa, B. V. F., Cavalcanti, A., Alcântara, M. C. A., Pedroza, R. M. & Ferreira, S. H. V. (2017). O papel da atenção primária de saúde na constituição das redes de cuidado em saúde mental. Rev Fund Care Online, 9(3), 659-668. Recuperado de https://www.redalyc.org/pdf/5057/505754116009.pdf
Bardin, L. (2009). Análise de Conteúdo (4ed.). Lisboa: Edições 70
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. (2009). O trabalho do agente comunitário de saúde. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_acs.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. (2013a). Política Nacional de Humanização PNH. (1ª ed.). Ministério da Saúde, Brasília: DF.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. (2013b). Saúde Mental: Cadernos de Atenção Básica, n 34. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. (2016). Diretrizes para capacitação de agentes comunitários de saúde em linhas de cuidado. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_capacitacao_agentes_comunitarios_cuidado.pdf
Campos, O. C. & Gama, C. (2008). Saúde Mental na Atenção Básica. In G. W. S. Campos, & A. V. P. Guerrero Manual de Práticas em Atenção Básica: Saúde Ampliada e Compartilhada (pp. 367-387). São Paulo. Recuperado de http://andromeda.ensp.fiocruz.br/teias/sites/default/files/biblioteca_home/manual_das_praticas_de_atencao_basica%5B1%5D.pdf
Camuri, D. & Dimenstein, M. (2010). Processos de Trabalho em Saúde: práticas de cuidado em saúde mental na estratégia saúde da família. Saúde e Sociedade, 19(4), 803-813. doi: 10.1590/S0104-12902010000400008
Dimenstein, M.; Santos, Y. F.; Brito, M.; Severo, A. K. & Morais, C. (2005). Demanda em saúde mental em Unidades de Saúde da Família. Mental, 3(5), 33-42. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272005000200003
Faria, C. C. M. V. & Paiva C. H. A. (2020). O Trabalho do Agente Comunitário De Saúde e as Diferenças Sociais no Território. Trabalho, Educação e Saúde, 8(s1): e0025385. doi: 10.1590/1981-7746-sol00253
Ferreira, J. B., Souza, L. V., & Bertagnoli, M. S. F. F. (2019). Facilitação de diálogos com profissionais na Atenção Primária em Saúde. Revista da SPAGESP, 20(1), 82-98. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702019000100007
Franco, T. B. & Merhy, E. E. (2012). Cartografias do Trabalho e Cuidado em Saúde. Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva, 151-163 Recuperado de https://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/1120/1034%20
Furlan, P. G. (2008). Veredas no Território: Análise da prática de Agentes Comunitários de Saúde (Dissertação de Mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Campinas, SP, Brasil. Recuperado de http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/309411/1/Furlan_PaulaGiovana_M.pdf
Giovanella, L. (2008). Atenção Primária à Saúde seletiva ou abrangente? Cadernos de Saúde Pública, 24 (Sup 1), s7-s27. Recuperado de https://www.scielo.br/pdf/csp/v24s1/05.pdf
Giovanella, L. & Mendonça, M. H. M. (2008). Atenção Primária à Saúde. In L. Giovanella, S. Escorel, L. V. C. Lobato, J. C. Noronha & A. I. Carvalho (Orgs), Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil (1ª Ed., pp. 575-625). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz
Lei n. 13.595, de 5 de janeiro de 2018. Altera a Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, para dispor sobre a reformulação das atribuições, a jornada e as condições de trabalho, o grau de formação profissional, os cursos de formação técnica e continuada e a indenização de transporte dos profissionais Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/Lei/L13595.htm
Lüdke, M. & André, M. E. D. A. (1986). Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU.
Mathias, M. (2008). ACS: um trabalhador inventado pelo SUS. Revista Poli Saúde Educação Trabalho, 1(1), 24-26. Recuperado de https://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/revista_poli_-_1.pdf
Melo, E. A., Mendonça, M. H. M. M., Oliveira, J. R., & Andrade, G. C. L. (2018). Mudanças na Política Nacional de Atenção Básica: entre retrocessos e desafios. Saúde em Debate, 42 (n. esp. 1), 38-51. doi: 10.1590/0103-11042018S103
Mendes, E. V. (2012). O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. Recuperado de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf
Merhy, E. E. & Franco, T. B. (2003). Por uma Composição Técnica do Trabalho Centrada nas Tecnologias Leves e no Campo Relacional. Revista Saúde em Debate, 27(65). Recuperado de https://www.pucsp.br/prosaude/downloads/territorio/composicao_tecnica_do_trabalho_emerson_merhy_tulio_franco.pdf
Merhy, E. E. & Franco, T. B. (2009). Trabalho em saúde. Recuperado de http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/trasau.html
Miranda, B.A.B.; & Pegoraro, R. F. (2021). Qualidade de vida e sofrimento psíquico em agentes comunitárias de saúde. Revista Família, ciclos de vida e saúde no contexto social, 9, 202-215. Recuperado de http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/refacs/article/view/4451/pdf
Moliner, J. & Lopes, S. M. B. (2013). Saúde mental na atenção básica: possibilidades para uma prática voltada para a ampliação e integralidade da saúde mental. Revista Saúde e Sociedade, 22(4), 1072-1083. Recuperado de http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v22n4/10.pdf
Morosini, M. V. G. C., Fonseca, A. F., & Lima, L. D. (2018). Política Nacional de Atenção Básica 2017: retrocessos e riscos para o Sistema Único de Saúde. Saúde em Debate, 42(116), 11-24. Recuperado de https://www.scielosp.org/pdf/sdeb/2018.v42n116/11-24/pt
Pinto, L. F. & Giovanella, L. (2018). Do Programa à Estratégia Saúde da Família: expansão do acesso e redução das internações por condições sensíveis à atenção básica (ICSAB). Ciência & Saúde Coletiva, 23(6), 1903-1913. Recuperado de https://www.scielo.br/pdf/csc/v23n6/1413-8123-csc-23-06-1903.pdf
Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. Recuperado de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0399_22_02_2006.html
Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Recuperado de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Recuperado de
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html
Rotelli, F. (2001). A instituição inventada. In F. Nicácio (Org.), Desinstitucionalização (pp. 89-100). São Paulo: Hucitec
Santos, M. (2001). Por uma outra globalização (do pensamento único à consciência universal). Rio de Janeiro: Editora Record.
Santos, G. A., & Nunes, M. (2014). O cuidado em saúde mental pelos agentes comunitários de saúde: o que aprendem em seu cotidiano de trabalho? Physis Revista de Saúde Coletiva, 24(1), 105-125. Recuperado de https://www.scielosp.org/pdf/physis/2014.v24n1/105-125/pt
Schutel, T. A. A., Rodrigues, J., & Peres, G. M. (2015). A concepção de demanda em saúde mental na Atenção Primária à Saúde. Revista Ciência e Saúde, 8(2), 85-93. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/view/20167
Silveira, E. R. (2012). Práticas que integram a saúde mental à saúde pública: o apoio matricial e a interconsulta. Ciência & Saúde Coletiva, 17(9), 2377-2386. Recuperado de https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232012000900018&script=sci_abstract&tlng=pt
Tomaz, J. B. C. (2002). O agente comunitário de saúde não deve ser um “super-herói”. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 6(10), 75-94. Recuperado de https://www.scielo.br/pdf/icse/v6n10/08.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas desde que citada a fonte conforme a licença CC-BY da Creative Commons.