“Vagabundo não tem memória": Os corpos matáveis das práticas de segurança

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/psiunisc.v7i1.17792

Palavras-chave:

Necrobiopoder, Letalidade policial, Práticas de Segurança, Vontade de matar

Resumo

Este artigo emerge da atualidade da opinião “vagabundo não tem memória” e tem como objetivo analisar a produção de corpos matáveis no âmbito das práticas de segurança brasileiras. Desde a psicologia social pós-estruturalista, aproximamos os pensamentos de Michel Foucault e Walter Benjamin para produzir nossa ferramenta metodológica, bem como as ferramentas conceituais de Giorgio Agamben para compor o campo analítico sobre a matabilidade dos corpos no âmbito das práticas de segurança. As narrativas urbanas da violência movimentam as cenas com as quais nos acostumamos nos conduzimos cotidianamente. Aprendemos a conduzir nossas condutas diante do fato de que a polícia serve para proteger, mas ela mata e também é a que mais morre. Esse complexo campo da segurança pública coloca em jogo corpos matáveis e dá visibilidade a uma instituição (a polícia) cuja história de constituição e modo de operação visibilizam o racismo estrutural e a branquitude que organizam o Estado brasileiro, mesmo diante de mudanças formais na legislação referente às políticas públicas de segurança. Neste texto, analisamos a produção de corpos matáveis no âmbito das práticas de segurança a partir da problematização racial, especialmente pelo modo como a branquitude alimenta a vontade de matar que constitui as práticas de segurança brasileiras.

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Biografia do Autor

Giovana Barbieri Galeano, Universidade Federal da Grande Dourados

Doutora em Psicologia Social e Institucional pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com Período Sanduíche (CAPES-PRINT) no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (UC). Mestra em Psicologia, área de concentração Psicologia da Saúde, pela Universidade Católica Dom Bosco. Graduação em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Neuza Maria de Fátima Guareschi, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É também doutora em Educação pela University of Wisconsin, nos Estados Unidos. Além disso, é mestre e psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2023-01-16

Como Citar

Galeano, G. B., & Guareschi, N. M. de F. (2023). “Vagabundo não tem memória": Os corpos matáveis das práticas de segurança. PSI UNISC, 7(1), 171-196. https://doi.org/10.17058/psiunisc.v7i1.17792

Edição

Seção

Artigos