Representações Sociais da Tatuagem para Pessoas Tatuadas
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v4i2.14945Palavras-chave:
Tatuagem, Representações sociais, Psicologia social.Resumo
A tatuagem tem sido, atualmente, um dos fenômenos associados ao corpo mais propagados na contemporaneidade. O objetivo deste estudo foi identificar as representações sociais da tatuagem para pessoas com tatuagem de ambos os sexos. Foram realizadas 36 entrevistas individuais semi-diretivas, com tatuados de ambos os sexos, subdivididos em 12 categorias, de acordo com os seguintes critérios: sexo, tamanho da tatuagem e época em que realizou a primeira tatuagem. Foi realizada análise de conteúdo temático-categorial, com o auxilio do software Atlas.ti. Por meio da abordagem dimensional, constatou-se que a tatuagem é entendida como forma de externalizar no corpo algum significado importante, com motivos variados. As representações sociais adquirem um papel central na elaboração de maneiras coletivas de ver e viver o corpo, difundindo modelos de pensamentos e de comportamentos, considerando que a história individual, motivações e relações interpessoais são permeadas por saberes, crenças e valores socialmente adquiridos.Downloads
Referências
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Baumann, C., Timming, A. R., & Gollan, P. J. (2016). Taboo tattoos? A study of the gendered effects of body art on consumers' attitudes toward visibly tattooed front line staff. Journal of Retailing and Consumer Services, 29, 31–39. doi: 10.1016/j.jretconser.2015.11.005
Brooks, T.L., Woods, E.R., Knight, J.R., & Shrier, L.A.(2003). Body modification and substance use in adolescents: is there a link? Journal of Adolescence Health, 32(1), 44-49. doi: 10.1016/S1054-139X(02)00446-9
Burdall, O., Longworth, T., & Nyugen, D. (2014). Burns following attempted electrosurgical tattoo removal. Burns, 40(8), 61-65. doi: 10.1016/j.burns.2014.03.015
Carmen, R. A., Guitar, E., & Dillon, H. M. (2012). Ultimate Answers to Proximate Questions: The Evolutionary Motivations Behind Tattoos and Body Piercings in Popular Culture. Review of General Psychology, 16(2), 134-143. doi: 10.1037/a0027908
De Rosa, A. S. & Farr, R. (2001). Icon and symbol: Two sides of the coin in the investigation of social representations. In F. Buschini & N. Kalampalikis (Orgs.), Penser la vie, le social, la nature: Mélanges en hommage à Serge Moscovici (pp. 237-256). Paris: Editions de la Maison des Sciences de l’Homme.
DeLuca, G., Grisci, C. L. I., & Lazzarotto, G. D. R. (2018). Trabalhar e tatuar-se: estratégia de inventar a vida. Psicologia & Sociedade, 30, e170175. doi: 10.1590/1807-0310/2018v30170175
Deschamps, J. C., & Moliner, P. (2009). A identidade em psicologia social: dos processos identitários às representações sociais. Petrópolis: Vozes.
Dickson, L., Dukes, R., Smith, H., & Strapko, N. (2014). Stigma of ink: Tattoo attitudes among college students. The Social Science Journal, 51(2), 268-276. doi: 10.1016/j.soscij.2014.02.005
Doise, W. (2011). Sistema e Metassistema. In A. M. de O. Almeida, M. de F. de S. Santos, & Z. A. Trindade (Orgs.), Teoria das Representações Sociais: 50 anos (pp. 123-156), Brasília: Technopolitik.
Durkin, S. E. (2012). Tattos, Body Piercing, and Healthcare Concerns. Journal of Radiology Nursing, 31(1), 20-25. doi: 10.1016/j.jradnu.2011.09.001
Fishbein, M., & Ajzen, I. (1975). Belief, attitudes, intention and behavior: an introduction to theory and research. Reading, Massachusetts: Addison-Wesley.
Ghiglione, R., & Matalon, B. (1997). O inquérito: teoria e prática. Oeiras: Celta.
Giles-Gorniak, A. N., Vandehey, M. A., & Stiles, B. L. (2016). Understanding Differences in Mental Health History and Behavioral Choices in a Community Sample of Individuals with and without Body Modifications. Deviant Behavior, 37(8), 852-860. doi: 10.1080/01639625.2015.1060798
Jennings, W. G., Fox, B. H., & Farrington, D. P. (2014). Inked into Crime? An Examination of the Causal Relationship between Tattoos and Life-Course Offending among Males from the Cambridge Study in Delinquent Development. Journal of Criminal Justice, 42(1), 77-84. doi: 10.1016/j.jcrimjus.2013.12.006
Jodelet, D. (1984). The representation of the body and its transformations. In R. Farr & S. Moscovici (Orgs.), Social representations (pp. 211-238). Cambridge: Cambridge University Press.
Jodelet, D. (2001). Representações sociais: um domínio em expansão. In D. Jodelet (Ed.), As representações sociais (pp.17-29). Rio de Janeiro: Eduerj.
Jodelet, D., Ohana, J., Bessis-Moñino, C., & Dannenmüller, E. (1982). Système de représentation du corps et groupes sociaux (Vol. 1). Laboratoire de Psychologie Sociale: E. H. S. S.
Kemp, K. (2005). Corpo modificado, corpo livre?. São Paulo: Paulus.
Kierstein, L., & Kjelskau, K. C. (2015). Tattoo as art, the drivers behind the fascination and the decision to become tattooed. Current Problems in Dermatology, 48, 37-40. doi: 10.1159/000369180
King, K. A., & Vidourek, R. A. (2013). Getting inked: Tattoo and risky behavioral involvement among university students. The Social Science Journal, 50(4), 540-546. doi: 10.1016/j.soscij.2013.09.009
Kluger, N. (2014). Tatouages et imagerie médicale : problèmes et mythes. La Presse Médicale, 43(5), 529-533. doi: 10.1016/j.lpm.2013.07.031
Kluger, N. (2015). Pregnancies in tattooed female tattooists: an observational study. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, 189, 112–114. doi: 10.1016/j.ejogrb.2015.03.024
Kossida, T., Rigopoulos, D., Katsambas, A., & Anderson, R. R. (2012). Optimal tattoo removal in a single laser based on the method of repeated exposures. Journal of the American Academy of Dermatology, 66(2), 271-277. doi: 10.1016/j.jaad.2011.07.024
Macedo, S., & Paravidini, J. L. L. (2015). O ato de tatuar-se: gozo e identificação o ato de tatuar-se. Tempo psicanalitico, 47(2), 138-155. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382015000200010&lng=pt&tlng=pt
Moreira, J. de O., Teixeira, L. C., & Nicolau, R. de F. (2010). Inscrições corporais: tatuagens piercings e escarificações à luz da psicanálise. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 13(4), 585-598. doi: 10.1590/S1415-47142010000400004
Moscovici, S. (1981). On social representations. In J. P. Forgas, Social Cognition (pp.181-209). London: AcademicPress.
Moscovici, S. (1988). Notes towards a description of social representations. European Journal of Social Psychology, 18, 211-250. doi: 10.1002/ejsp.2420180303
Moscovici, S. (2003). Representações Sociais: Investigações em Psicologia Social. Petrópolis: Ed. Vozes.
Moscovici, S. (2012). A representação social da psicanálise. Porto Alegre: Ed. Vozes.
Muhr,T. (2004). User's Manual for ATLAS.ti 5.0. ResearchTalk Inc: Long Island.
Netto, H. F. da (2011). O corpo como espaço imaginativo: tatuagem, práticas sociais e simbolismo (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil.
Pajor, A. J., Broniarczyk-Dyła, G., & Świtalska, J. (2015). Satisfaction with life, self-esteem and evaluation of mental health in people with tattoos or piercings. Psychiatria Polska,49(3), 559–573. doi: 10.12740/PP/27266
Pierrat, J. (2000). Les hommes illustrés. Le tatouage des origines a nos jours. Paris: Larivière.
Rouquette, M. L. (1998). Representações e práticas sociais. In A. S. P. Moreira & D. C. de Oliveira. (Orgs.), Estudos interdisciplinares de representação social (pp. 39-46). Goiânia: AB.
Sabino, C., & Luz, M. T. (2006). Tatuagem, gênero e lógica da diferença. Physis: Revista de Saúde Coletiva,16(2), 251-272. doi: 10.1590/S0103-73312006000200007
Samadelli, M., Melis, M., Miccoli, M., Vigl, E. E., & Zink, A. R. (2015). Complete mapping of the tattoos of the 5300-year-old Tyrolean Iceman. Journal of Cultural Heritage, 16(5),753-758. doi: 10.1016/j.culher.2014.12.005
Schlösser, A., Camargo, B. V., Giacomozzi, A. I., & Fiorott, J. G. (2019). Ideação suicida e psicopatologia em amostra brasileira de tatuados e não tatuados. Psicologia Argumento, 37(97), 387-397. doi: 10.7213/psicolargum.37.97.AO06
Schlösser, A., Giacomozzi, A. I., Camargo, B. V., Silva, E. Z. P. da, & Xavier, M. (2020). Tattooed and Non-Tattooed Women: Motivation, Social Practices and Risk Behavior. Psico-USF, 25(1), 51-62. doi: 10.1590/1413-82712020250105
Silva Junior, L. A., & Leão, M. B. C. (2018). O software Atlas.ti como recurso para a análise de conteúdo: analisando a robótica no Ensino de Ciências em teses brasileiras. Ciência & Educação (Bauru), 24(3), 715-728. doi: 10.1590/1516-731320180030011
Souza Filho, E. A. de (1996). A dimensão grupal/identitária na produção de representações sociais. In C. Nascimento-Schulze (Org.), Novas Contribuições para a teorização e pesquisa em representação social (pp.85-108). ANPEPP: Florianópolis.
Swami, V., Tran, U. S., Kuhlmann, T., Stieger, S., Gaughan, H., & Voracek (2016). More similar than different: Tattooed adults are only slightly more impulsive and willing to take risks than Non-tattooed adults. Personality and Individual Differences, 88, 40–44. doi: 10.1016/j.paid.2015.08.054
Tajfel, H. & Turner, J. C. (1979). An integrative theory of intergroup conflict. In Z. W. G. Austin, & S. Worchel (Eds), The social psychology of intergroup relations (pp.33-37). Monterey, Ca: Brooks/Cole.
Thompson, K. (2015). Comparing the psychosocial health of tattooed and non-tattooed women. Personality and Individual Differences, 74, 122-126. doi: 10.1016/j.paid.2014.10.010
Tiggemann, M., & Hopkins, L. (2011). Tattos and piercings: bodily expressions of uniqueness. Body Image, 8, 245-250. doi: 10.1016/j.bodyim.2011.03.007
Trindade, Z. A., Santos, M. de F. de S., & Almeida, A. M. de O. (2011). Ancoragem: notas sobre consensos e dissensos. In A. M. de O. Almeida, M. de F. de S. Santos, & Z. A. Trindade (Orgs.), Teoria das Representações Sociais: 50 anos (pp. 101-121), Brasília: Technopolitik.
Ulnik, J. C. (2016). Tatuagem, linguagem artística e doença psicossomática. Ide, 38(61), 121-136. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31062016000100011&lng=en&tlng=
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas desde que citada a fonte conforme a licença CC-BY da Creative Commons.
