Pesquisa participante na escola: vivências de uma professora de História com os indígenas
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v8i2.19233Palavras-chave:
Pesquisa participante, Colaboração intercultural, História, IndígenasResumo
Na pesquisa participante realizada com uma escola de rede pública destacamos as contribuições de um processo colaborativo intercultural, com abordagens sobre os povos indígenas do Brasil, principalmente os Kaingang e os Guarani. Destacamos o diário de campo da professora e um longo processo de extensão e de pesquisa vivenciados, durante um período de 2018 a 2024, no qual analisamos os possíveis caminhos na busca por um ensino transversal e intercultural com os indígenas. São contribuições para a efetivação da Lei 11.645/2008 que determina a obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura indígena na educação básica. Uma das questões problematizadoras desta pesquisa foi: como podemos construir um caminho para uma educação ameríndia na escola? Como olhar para nossas raízes indígenas e repensar nossas práticas interculturais enquanto docentes? Ficou evidenciado a importância da extensão e da pesquisa com indígenas, no processo formativo das professoras para pensar ações e estudos na escola, o destaque da disciplina e da professora de História como impulsionadora para reelaborar os sentidos de uma educação ameríndia que atravessa outras disciplinas como ciências, literatura e português. Verificamos que a participação de professoras e estudantes em vivências nas aldeias indígenas provocam uma mudança de pensamento em torno da educação, modificando comportamentos e potencializando ações educativas denominadas como ameríndias, pois inclui a terra, o rio, o fogo, o ar e todos os ensinamentos que os indígenas nos fazem aprender sobre o sentido da vida na educação.
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