O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE ESTEIO/RS
DOI:
https://doi.org/10.17058/rips.v8i1.19052Palavras-chave:
Sífilis, Gestação, Sífilis CongênitaResumo
Introdução: o Brasil tem registrado aumento nas incidências de sífilis gestacional e congênita, revelando-se como um grave problema de saúde pública no país. Objetivo: O estudo tem como objetivo identificar o perfil epidemiológico de gestantes portadoras de sífilis no município de Esteio/RS. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo e de abordagem quantitativa, com 79 casos de usuárias com sífilis gestacional, realizado a partir dos registros de notificação e prontuários das gestantes e seus recém-nascidos, no período de 1 de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2022. Resultados: A maior ocorrência da sífilis se deu em mulheres jovens com 58,1% entre 14 e 25 anos; 20,37% possuem o ensino fundamental incompleto e em 39,2% dos casos este indicador é ignorado; mais de 70,0% dos tratamentos realizados foram considerados adequados. Os parceiros adequadamente tratados representam 43% do total, mas 35,5% não realizaram o tratamento. Ainda, 89,9% das gestantes realizaram o tratamento durante o pré-natal, das quais 62% fizeram o tratamento no 1º trimestre gestacional. Nos recém-nascidos cujas mães apresentaram o VDRL positivo, em 49,4% deles foram expostos à sífilis congênita e 24% não houve registros. Ainda 68,3% dos recém-nascidos foram dispensados do tratamento. Conclusão: Constatou-se nesta pesquisa a fragilidade do preenchimento adequado das notificações, com dados incompletos ou incorretos, prejudicando a elaboração de ações de prevenção, combate e controle da sífilis materna e congênita.
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