(DES)CONHECIMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL LGBT ENTRE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E SEU IMPACTO NO CUIDADO DE MULHERES TRANS
DOI:
https://doi.org/10.17058/rips.v8i1.19047Palabras clave:
Pessoas Trans, Equidade em Saúde, Enfermeiro, Atenção à Saúde, Política de SaúdeResumen
Introdução: A população LGBTQAI+, especialmente os sujeitos trans, enfrentam desafios no acesso à saúde devido a tensões sociais, violando a efetivação de direitos deste grupo social, apesar da existência de políticas públicas, como a Política Nacional de Atenção Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Objetivo: investigar como se dá a assistência de enfermagem às mulheres transexuais nas Unidades Básicas de Saúde, mediante o conhecimento da Política Nacional de Atenção Integral LGBT. Método: pesquisa qualitativa e exploratória, com profissionais de enfermagem de sete Unidades Básicas de Saúde. A coleta de dados ocorreu por entrevistas semiestruturadas, com sete enfermeiros. Os dados foram interpretados por meio da Análise de Conteúdo, se utilizando da técnica de análise temática. Resultados: os discursos manifestam conhecimento estigmatizado e preconceituoso sobre esta população, com conhecimento superficial e limitado sobre a Política Nacional de Saúde Integral LGBT e declararam a ausência de protocolos específicos para o atendimento de pessoas transexuais, em particular, mulheres trans. Conclusão: a assistência de enfermagem as mulheres trans é incipiente, concentrando-se principalmente na prevenção e tratamento de DSTs, desconsiderando outras necessidades dessa população e contribuindo para estigmatização. Há notável discriminação, evidenciada pela falta de compreensão das singularidades, desconhecimento de direitos e resistência em ajustar práticas que dificultam a aproximação com essa população.
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