Avaliação nutricional de crianças e adolescentes institucionalizados
DOI:
https://doi.org/10.17058/rips.v2i4.14838Palavras-chave:
Crianças, Adolescentes, Abrigamento, Estado Nutricional.Resumo
Objetivo: avaliar o estado nutricional das crianças e adolescentes e relacionar com tempo de permanência na instituição COPAME, no município de Santa Cruz do Sul- RS. Método: trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, de caráter quantitativo realizado em uma instituição de acolhimento para crianças em risco social. A amostra foi constituída por conveniência, com dados de prontuários de 31 crianças e adolescentes de 0 a 15 anos, abrigados na instituição COPAME, no período de julho de 2017 a setembro de 2018. A análise estatística foi realizada no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0 (Chicago, IL). Primeiramente realizou-se uma análise descritiva a partir dos cálculos de média, desvios padrão e frequências. Utilizou-se o teste de Mann-Whitney ou teste T de Student para comparar os resultados médios da variável idade, peso e altura, o Qui-quadrado para verificar possíveis mudanças no estado nutricional e no consumo alimentar dos escolares antes e após o acolhimento e para a comparação das variáveis estado nutricional (antes e após o acolhimento) com sexo e motivo do abandono, considerando-se significativo um valor de p<0,05. Resultados: a amostra estudada atendendo os critérios de inclusão e exclusão totalizou 31 crianças e adolescentes. Foi composta por 64,51% (n=20) crianças menores de 5 anos e 35,49%( n=11) maiores de 5 anos de idade. Em relação ao sexo, observou-se maior proporção de meninos 21 (67,7%). O principal motivo que levou as crianças ao acolhimento foi negligência (80,6%, n=25). A média de tempo de abrigamento das crianças foi de 6,90±5,93 meses. A maioria das crianças e adolescentes encontravam-se em eutrofia em todos os índices antropométricos avaliados no momento do acolhimento. A análise da relação entre sexo e motivo do acolhimento com os indicadores antropométricos utilizados para classificação do estado nutricional não mostrou relação significativa em nenhuma das variáveis analisadas. Conclusão: ao analisar os dados antropométricos dos dois grupos etários estudados, 0 a 5 anos e 5 a 15 anos, acolhidas durante o período do estudo pode-se observar que houve uma piora do estado nutricional em todas as variáveis estudadas, em relação ao momento e após o abrigamento, uma parte das crianças apresentou o crescimento insatisfatório comparando com os padrões adotados pelo Mistério da Saúde.
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