A linguagem constituindo um novo paradigma: representações discursivas de atores sociais no âmbito da justiça restaurativa

Autores

  • Ana Beatriz Ferreira Dias
  • Vera Lúcia Pires

DOI:

https://doi.org/10.17058/signo.v35i59.1373

Palavras-chave:

Linguagem. Justiça restaurativa. Atores sociais

Resumo

Este estudo como objetivo analisar como certos atores sociais são representados em um discurso marcado pelos ideais de uma nova forma de se fazer justiça - a justiça restaurativa. Interessa-nos, mais especificamente, analisar como essa nova abordagem de justiça representa discursivamente a comunidade de apoio da vítima e do ofensor. Para tanto, selecionamos os enunciados que pertencem a um roteiro destinado a orientar a realização de procedimentos de justiça restaurativa. Esses enunciados integram um manual denominado “Iniciação em Justiça Restaurativa: subsídios de práticas restaurativas para a transformação de conflitos” (BRANCHER, 2006), o qual é utilizado nas atividades do Projeto Justiça para o Século 21, situado na capital gaúcha. Com base nos pressupostos bakhtinianos, analisamos as formas linguísticas inseridas em determinado contexto sócio-histórico de interação verbal e marcadas por relações dialógicas específicas que revelam determinado ponto de vista. Assim, realizamos primeiramente uma análise sócio-histórica de elementos do contexto mais imediato e do mais amplo que envolve a produção do manual. A partir disso, analisamos as formas de representação dos atores sociais com base nas categorias linguísticas elaboradas por van Leeuwen (1997). Com este estudo, podemos afirmar que a representação discursiva dos atores sociais aponta, em grande medida, para uma cultura de paz, anunciando a emergência de uma nova realidade que cerca a justiça, uma realidade que vai ao encontro da ideia de justiça restaurativa como um novo paradigma.

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Publicado

2010-07-18

Como Citar

Dias, A. B. F., & Pires, V. L. (2010). A linguagem constituindo um novo paradigma: representações discursivas de atores sociais no âmbito da justiça restaurativa. Signo, 35(59), 221-238. https://doi.org/10.17058/signo.v35i59.1373