Lembrar para resistir: perspectivas femininas da última ditadura chilena em Para que no me olvides, de Marcela Serrano
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v48i92.18584Palavras-chave:
Marcela Serrano, Resistência, Mulheres, ditadura e trauma, Dever de memória, Literatura latino-americana contemporânea de autoria femininaResumo
Atualmente, observamos que muitas escritoras contemporâneas latino-americanas estão se dedicando à ficcionalização da história de nosso continente, especialmente, ao período das últimas ditaduras do século XX. A chilena Marcela Serrano é uma das autoras cuja escritura é perpassada pela temática ditatorial, uma vez que este assunto é ficcionalizado de distintas perspectivas em seus romances. Neste estudo examinamos a sua segunda ficção, Para que no me olvides (1993), objetivando analisar como as protagonistas resistiram a este cruento episódio. Inicialmente refletimos sobre a produção literária de escritoras latino-americanas que abordam a temática ditatorial, particularmente, no Chile. Em seguida, contextualizamos a última ditadura chilena. Por fim, apresentamos nossa leitura do romance Para que no me olvides, discutindo como as personagens femininas enfrentaram o golpe do Estado de 1973 e as suas consequências. Entre os nossos referenciais teóricos destacam-se os estudos de Ricouer (2007), Brancher (2013), Guardia (2013), Figueiredo (2017) e Zolin (2019). Concluímos que a leitura de obras literárias de temática ditatorial escritas por mulheres latino-americanas é um caminho produtivo para exercer o nosso dever de memória, contribuindo para que as violações de direitos humanos não sejam esquecidas e, quiçá, não se repitam, bem como para ampliar nossas percepções desses acontecimentos atrozes.
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