Recursos educacionais abertos: gênero ou hipergênero?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/signo.v49i94.18891

Palavras-chave:

leitura, recursos educacionais abertos, gêneros digitais, hipergênero, mídia/suporte

Resumo

A educação digital tem se feito presente de forma cada vez mais diversa e consistente, desde o ensino formal até a produção de conteúdos educacionais em redes sociais. Nessas práticas, ganham destaque materiais de ensino-aprendizagem, dentre os quais destacamos os recursos educacionais digitais – ou recursos educacionais abertos (REAs).  Por outro lado, a discussão acerca dos gêneros do discurso tem ganhado cada vez mais relevância e experimentado novos desdobramentos. Assim, considerando a importância que os REAs têm contemporaneamente na educação e a sua complexidade textual e discursiva, este trabalho tem como objetivo geral discutir a sua caracterização no quadro dos gêneros do discurso, mais especificamente sua constituição como gênero ou como hipergênero. Para isso, são mobilizados conceitos teóricos acerca do campo da educação e tecnologia, a exemplo de Castro Filho et al (2008), Santos (2013) Santana, Rossini e Pretto (2012), e dos estudos do texto e do discurso, como Marcuschi (2008), Távora (2008), Bonini (2011) e Bakhtin (2011). Os exemplares usados para análise são REAs produzidos no âmbito do Projeto EPTrilhas, desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina em parceria com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) do Ministério da Educação. Essa análise evidenciou, pelas características do gênero, mídia e suporte, que os REAs multimodais em suporte virtual possuem características que os identificam como hipergêneros.

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Biografia do Autor

Elizandro Maurício Brick, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutorado em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor do Departamento de Metodologia de Ensino atuando no Curso de Licenciatura em Educação do Campo e no Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC. Coordenador Acadêmico do Prosa (prosa.ufsc.br) e Coordenador Adjunto do Projeto EPTrilhas.

Marcelo Gules Borges, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutorado em Educação pela PUCRS e Pós-doutorado em Fundamentos da Educação pela Universidade de Saskatchewan, Canadá.  Professor do Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de Santa Catarina. Coordenador Geral do Projeto EPTrilhas.

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Publicado

2024-01-17

Como Citar

Lebler, C. D. C., Maurício Brick, E., & Gules Borges, M. (2024). Recursos educacionais abertos: gênero ou hipergênero?. Signo, 49(94), 130-146. https://doi.org/10.17058/signo.v49i94.18891

Edição

Seção

v. 49, n. 94, 2024 - Leitura comparada das mídias