As formas da imaginativa popular renovadas na experiência da autoria: alcance(s) da oralidade na poética para a(s) infância(s) de Eloí Bocheco
Palavras-chave:
Acervo oral, Tradição oral, Imaginativa popular, Eloí BochecoResumo
Os poemas inspirados nas formas da tradição oral são uma presença recorrente nas coletâneas de poemas para a infância, gênero poético que Eloí Bocheco cultiva, dentre outros. Neles, as formas da imaginativa popular são invocadas e ressuscitam impregnadas do hálito de origem, renovadas na experiência do autor (Bocheco, 2002). Este estudo reúne poemas que exemplificam diversas formas da oralidade cultivadas pela poeta, os quais são analisados a partir das considerações de Melo (1981), Heylen (1991), Cascudo (2006) e Pondé (2017), em diálogo com Meireles (2016), Bordini (1991), Colomer (2007), Zilberman (2021), entre outros. Das conclusões, destaca-se que os poemas promovem a participação efetiva dos leitores quando se trata de pensar o seu contato com as formas imaginativas do acervo oral. Além disso, alcançam a criança sem infantilismo, dialogando francamente com os recursos da oralidade e do seu acervo, subtraindo o utilitarismo presente na gênese do gênero, sem, no entanto, acrescentar-lhe a intenção pedagógica. A poeta elege o ludismo como chave criativa, possibilitando aos leitores alcançarem os sentidos dos poemas, os quais possuem função iniciatória, geralmente atribuída à poesia da oralidade, além de aproximarem os leitores da categoria subsequente, cuja experiência autoral se funde com o acervo oral.
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