LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO EM FRAGMENTO DE VEGETAÇÃO CILIAR NO ARROIO CASTELHANO, DISTRITO DE MONTE ALVERNE, SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL

TRAUDELI REGINA JUSTEN, MARISA TEREZINHA LOPES PUTZKE

Resumo


A vegetação ou mata ciliar pode se apresentar de forma bem diversificada em nÚmero de espécies, além de servir de refÚgio e trajetória para a fauna, em busca de seu alimento e água. É de suma importância para a proteção das margens, nascentes ou de cursos d' água, com o intuito de evitar o assoreamento, de servir como filtro e de manter o equilíbrio ecológico, facilitando o trânsito das diversas espécies de animais, polén e sementes. Favorecendo com isto o crescimento das populações nativas, as trocas gênicas e, consequentemente, a reprodução e a sobrevivência dessas espécies. O presente trabalho foi realizado no distrito de Monte Alverne, interior do município de Santa Cruz do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, numa área de 1,5 km na margem esquerda do Arroio Castelhano, objetivando-se caracterizar a composição e a estrutura da vegetação ciliar. Foram realizadas saídas a campo para coleta e amostragem do material, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2015. Foram demarcados 12 parcelas de 10x10m, nas quais todas as espécies vegetais arbóreo/arbustiva com Perímetro Altura do Peito (PAP) maior ou igual a 10 cm foram amostrados e tiveram seus parâmetros registrados para os cálculos fitossociológicos. De todos os exemplares, após registro fotográfico, foi coletado uma parte vegetativa/ou reprodutiva para identificação, herborização e registro no Herbário HCB da Universidade de Santa Cruz do Sul. Na área de estudo, foram identificados 124 indivíduos pertencentes a 38 espécies, distribuídos em 23 famílias botânicas. A família que apresentou o maior nÚmero de indivíduos foi Myrtaceae (42), seguida por Rhamnaceae (18) e Euphorbiaceae (14), as quais se destacaram também em índice de valor importância. As espécies Eucaliptus saligna, Hovenia dulcis e Ricinus communis apresentaram maior nÚmero de indivíduos, 31, 18 e 13, respectivamente. Todas são exóticas e impróprias para vegetação ciliar. As espécies que apresentaram maior valor de dominância foram: Eucaliptus saligna, Hovenia dulcis e Platanus acerifolia. Dentre as espécies nativas se destacaram Bauhinia forficata com 05 individuos, seguida por Trema micranta com 04 indivíduos, Luehea divaricata (03) e demais espécies com 01 indivíduo cada. Com o estudo da área, pode-se verificar os efeitos da ação antrópica, tais como supressão da vegetação ciliar, desmoronamento dos barrancos, alargamento do leito do arroio, abertura de trilhas para competições esportivas, extração de solo, uso da área para camping e banhos, além da introdução de vegetação exótica, causando diretamente o assoreamento da área.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.