CONFIGURAÇÕES DE REATORES DE OZONIZAÇÃO VISANDO O REUSO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS COM O SISTEMA REATOR ANAERÓBIO + WCFVB + O3

SABINE POMMEREHN, ALEXANDRE STRAATMANN, MATHEUS WINK, ENIO LEANDRO MACHADO

Resumo


O reuso de águas residuárias no Brasil faz referência à resolução NBR 13.969/97 para os casos mais simples de reciclos de consumo. Na Classe 3 são consideradas potencialidades de aplicações para descargas sanitárias desde que sejam atendidos os valores de turbidez menores do que 10 NTU, de coliformes fecais inferiores a 500 UFC/100 mL e de cloro residual livre de 1 mg L-1. Em sistemas de integração Reator Anaeróbio + WCFVB são possíveis tratamentos terciários de efluentes urbanos com agentes oxidantes para adequações da NBR referenciada, pois estes efluentes podem apresentar, por exemplo, pH = 6,6; turbidez de 11,54 NTU e coliformes termotolerantes inferiores a 500 UFC/100 mL. Logo, o tratamento de ozonização pode ajustar esta demanda, especialmente se o sistema for para a oxidação aplicada no ponto de reuso, dado ao tempo de meia-vida do ozônio residual em meio aquoso neutro e levemente ácido ser de aproximadamente 165 min. Para a realização desta pesquisa foi desenvolvido reator de ozonização in situ, escala piloto, dimensionado para operar em um reservatório de água de reuso de 50 L. Para o início dos testes foi utilizado efluente de sistema Reator Anaeróbio + WCFVB em escala piloto localizado na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da UNISC, com as seguintes condições operacionais: tempo de detenção hidráulica dos sistemas de 3 dias, taxa de aplicação de até 28 g de DQO m dia-1 e de 2,3 g de N-NH3 m dia -1 nos wetlands construídos, para avaliar a funcionalidade e eficiência do reator. O reator foi composto por uma lâmpada ultravioleta germicida de baixa pressão modelo CPH 287T5VH/4P que tem o pico de irradiação em um comprimento de onda de 185 nm, para geração de ozônio. Os componentes do reator foram dois galões de 50 L para reservatório inicial e final, uma motobomba ½ cv e um sistema para transferência gás/liquido. Para o gerador de efeito Corona foi aplicado sistema de tubo concêntrico, composto por eletrodos de alumínio com dimensões de 4 por 30 cm (interno) e 6 x 30 cm (externo). Vidro de borossilicato foi usado para separação dos eletrodos. Os resultados de transferência gás-líquido foram determinados ao longo da pesquisa utilizando volumes diferentes de reator tubular para variar o tempo de detenção hidráulica (TDH) no momento da difusão do ozônio. Antes de chegar ao reservatório final foi instalado registro de esfera para coleta de amostra para as análises. As amostras de efluentes ozonizados foram coletadas no reservatório inicial e no registro de esfera, isto após um tempo de detenção para os volumes de 350, 500 e 1000 mL dos tubos de ozonização, bem como, no registro do reservatório final das amostras ozonizadas. Os resultados principais indicaram uma taxa de geração de ozônio de 500 mg O3 h-1 com o gerador de efeito Corona e 172,8 mg O3 h-1 com sistema UV, possibilitando taxas de transferências gás-líquido superiores a 80%. Reduções de turbidez, cor aparente e coliformes termotolerantes permitem o reuso do efluente terciário na Classe 3 da ABNT 13.969/97, porém maior taxa de descolorimento deve ser pesquisada.


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