O óleo extraído das sementes de tabaco pode ser utilizado para fins industriais. Mediante o incentivo dado à produção de biocombustíveis e ao estudo das mais variadas matérias-primas, o biodiesel produzido a partir do óleo extraído das sementes de tabaco, apresenta-se como viável alternativa, principalmente na região Sul, por ser a principal fonte de renda de cerca de 180 mil famílias, segundo dados da Abifumo. As sementes de tabaco, apesar de serem pequenas, são facilmente encontradas no miolo da flor do tabaco. Estas sementes tem potencialidade para a produção de óleo e a torta da extração pode ser avaliada para definir quais os usos mais adequados, se alimentação animal ou produção de bioprodutos ou materiais. Neste sentido, objetivou-se avaliar o potencial de produção de biodiesel a partir do óleo de semente de tabaco energético, um tabaco produzido com a finalidade de produção de óleo e não só para a produção de cigarros. Para tanto, foi realizado, a extração do óleo por prensagem das sementes, feita em uma temperatura controlada; testes de acidez e índice de iodo no óleo extraído já centrifugado e separado da borra; adição de antioxidante em diferentes proporções para a preservação do óleo; análise físico-química da torta e ensaios de produção de biodiesel. Também foi realizado a análise cromatográfica do óleo e do biodiesel. Como resultados observou-se que o óleo é produzido na proporção de 30,9%, com baixo índice de acidez e índice de iodo próximo ao de outros óleos utilizados para a produção de biodiesel. Com o uso de antioxidante, na concentração de 200 ppm já foi possível controlar a alteração do óleo no período de um mês, antes do uso para a produção de biodiesel. Na produção de biodiesel em escala laboratorial foi realizado um planejamento de 5 experimentos onde se observou que a produção foi possível nas condições de 1% e 0,75% de catalisador, relação de 1:6 de óleo - metanol e 65°C, nas condições de 0,5% de catalisador a reação não ocorreu, conforme experimentos já realizados com outros óleos em escala piloto. Com relação à torta obtida na extração observou-se que apresenta 4,49% de cinzas, 25,2% de fibras, 32,1% de proteínas, além de óleo residual que depende do processo de extração e das condições de produção agrícola e colheita das sementes. Conclui-se, portanto que a semente de tabaco, conforme os procedimentos otimizados, pode ser utilizada para a produção de biodiesel e a torta do tabaco pode ser uma alternativa para a alimentação animal. A qualidade do biodiesel obtido ainda está sendo avaliada.