ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE EFLORESCÊNCIA NA SUPERFÍCIE DE CORPOS DE PROVA CERÂMICOS FORMULADOS COM CINZAS DE LÃ DE OVINOS

Gabryella Cerri Mendonça, Francine Machado Nunes, Cristiano Correa Ferreira

Resumo


Desde o final do século XIX são desenvolvidos novos processos de fabricação de tijolos a partir de refugos inorgânicos, como por exemplo: moinha de cinza de usinas termelétricas, refugos de mineração, e outros. Atualmente, percebe-se que uma quantidade significativa de resíduos é formulada em materiais cerâmicos no sentido de dar uma melhor destinação para estes em prol da sustentabilidade. Sabe-se que no processo de beneficiamento da lã de ovinos na indústria têxtil é gerado um grande volume de resíduos sólidos, bem como, não existe atualmente uma destinação adequada para este material. Diante disso, nesse trabalho é formulado um produto cerâmico por prensagem através da adição na argila de resíduo de lã de ovinos, proveniente de uma indústria têxtil localizada na microrregião de Bagé, RS. Após é analisado a eflorescência que são depósitos salinos que se formam em materiais cerâmicos por causa da intervenção da água como agente mobilizador dos sais, ou seja, são defeitos que se originam da fabricação de tijolos e permanecem inalterados durante todo o tempo e que se caracterizam pela formação de uma fina camada de cor branca que cobre partes da superfície dos produtos cerâmicos. Neste contexto, o objetivo principal é verificar se há a presença da patologia eflorescência nos corpos de prova cerâmicos. Nos procedimentos experimentais as formulações foram produzidas com argila in natura e cinza de resíduo de lã de ovinos que são diferentes percentuais de cinzas: 0% (A0), 5% (CL5), 10% (CL10) e 20% (CL20). Além disso, os produtos foram conformados por extrusão e submetidos a secagem natural e artificial, onde a natural ocorreu em ambiente laboratorial com temperatura média de 21ºC durante 3 semanas e a artificial em estufa com temperatura de 40 a 110°C por 48 horas. A queima foi realizada na temperatura de 800ºC com um patamar de 3 horas. O ensaio de eflorescência seguiu as normas ASTM-C67/2003. Ao final do ensaio, verificou-se, a olho nu, que todos os corpos de prova apresentaram algum percentual de eflorescência, nos corpos de prova A0, as manchas brancas se apresentaram menos intensas e, nas demais formulações a mancha se manifestou de forma mais intensa. Diante disso, uma das causas pode estar relacionada ao óxido de enxofre (SO 3), presente na cinza de lã, outro agravamento pode estar relacionado ao fato da argila não sofrer sazonamento, o que indica que possui um maior teor de matéria orgânica na sua composição. Em síntese pode-se afirmar que o ensaio se mostrou bastante eficaz para análise do fenômeno.

 

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