AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE BAIXO CUSTO MULTIFUNCIONAL, INTEGRANDO ALGAS/SISTEMAS ALAGADOS CONSTRUÍDOS (SAC'S), PARA REMEDIAÇÃO DE ÁGUAS DOMICILIARES, ATRAVÉS DE ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS

Renan Machado Vasconcelos, Ênio Machado, Adriana Düpont, Eduardo Alexis Lobo Alcayaga

Resumo


Hodiernamente os programas de monitoramento ambientais estão se tornando ferramentas cada vez mais utilizadas no intuito de fornecer informações das condições ambientais, possibilitando desta forma o aprimoramento de recursos capazes de mitigarem as alterações nocivas do homem sobre o meio ambiente. Neste contexto, a Ecotoxicologia se destaca como uma ferramenta de altíssima importância, capaz de estudar o potencial impacto deletério de substâncias ou compostos químicos que constituem poluentes ambientais sobre os seres vivos. Ciente desta problemática, a Universidade de Santa Cruz do Sul, instalou em suas dependências, uma estação de tratamento de efluente de esgoto (ETE UNISC) com a finalidade de remover nutrientes e matéria orgânica. No final de março de 2017 foi instalado um sistema integrado de tratamento de efluentes urbanos com algas e wetlands construídos, como alternativa de remediação mais limpa para águas residuais, trabalho executado pela equipe de pesquisadores do departamento de Química e Física da UNISC. Desta forma, visando avaliar a combinação de algas com wetlands construídos, foram coletadas amostras da água para a realização de testes de toxicidade utilizando como organismo-teste o microrganismo Daphnia magna que é cultivado no Laboratório de Ecotoxicologia da Central Analítica da UNISC. Em cada amostra, foram realizado testes ecotoxicológicos com a espécie D. magna, onde baseou-se na mortalidade e/ou imobilidade dos organismos testados, calculando assim a CE (I)50% 48h, Concentração Efetiva Inicial Mediana, concentração no início do ensaio que causa efeito agudo a 50% dos organismos em 48h. A realização dos ensaios com o organismo-teste seguiu a norma brasileira 12713 (ABNT, 2009). Foram analisadas amostras entre maio a agosto de 2017 de diferentes fases de tratamento da ETE, bem como, do sistema integrado de Algas e Wetlands construídos, onde as amostras do efluente bruto apresentaram uma toxicidade relativa média (n=5) CE(I)50% de 59,27 ± 13,54 (Coeficiente de Variação, CV = 22,8%), correspondendo a uma amostra medianamente tóxica. As amostras tratadas da ETE apresentaram uma toxicidade relativa média (n=3) CE(I)50% de 68 ± 4,3 (CV = 6,32%) correspondendo a uma amostra medianamente tóxica, e duas amostras (n=2) não apresentaram toxicidade. Já as amostras do sistema experimental pós-algas (n=5) e pós-Wetlands (n=5) não apresentaram toxicidade uma vez que não houve mortalidade dos organismo-testes.  Desta forma, os resultados evidenciaram que o tratamento com um sistema integrado de algas e Wetlands construídos é uma alternativa promissora para remediar a toxicidade de efluentes domésticos, pois estes tratamentos demonstraram alta capacidade em captar poluentes que poderiam prejudicar o meio ambiente.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.