ENTRE CARTOGRAFIA E ETNOGRAFIA: POSSIBILIDADES DE UMA PESQUISA...

Bruna Moraes Battistelli, Lílian Rodrigues da Cruz

Resumo


Este trabalho parte da contextualização da metodologia de pesquisa do projeto de Mestrado intitulado “Acolhimento, cuidado e micropolítica: constituindo práticas de cuidado” para problematizar a utilização da cartografia e/ou da etnografia e as proximidades entre as duas perspectivas metodológicas. O acolhimento institucional é medida de proteção prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente e executada pela Política Nacional de Assistência Social, surge enquanto possibilidade de cuidado alternativo para crianças e adolescentes que não podem estar com suas famílias. Medida essa que deve ter caráter provisório e ser excepcional e ser aplicada em casos de negligência, violência e/ou ruptura de vínculos. Assim, faz-se necessário pesquisar como se constituem as práticas de cuidado em tal cenário. Trata-se de um trabalho que visa pesquisar não só com trabalhadores, mas também com crianças e adolescentes que vivem a medida de proteção, assim o cuidado com a metodologia se faz importante.A busca por uma perspectiva metodológica implicada com o outro e com a produção de outras possibilidades de vida. Este estudo se constitui em forma de ensaio teórico e apresenta cada metodologia trazendo semelhanças e peculiaridades, com a escolha de autores próprios a cada uma. O referencial escolhido baseia-se principalmente em autores brasileiros, valorizando a produção nacional quanto à temática das metodologias em pesquisa. A problematização quanto ao campo da cartografia deu-se a partir de autores que influenciados pela perspectiva da Filosofia da Diferença, principalmente em relação as obras de Deleuze e Guattari. Quanto à etnografia, utilizou-se a produção de Claudia Fonseca, importante pesquisadora na área da infância na antropologia. Por fim, elucida-se a motivação pela escolha da cartografia, a proximidade da mesma com a etnografia e aponta-se uma forma de conceber a ferramenta denominada observação em pesquisas em Psicologia. Conclui-se pela escolha de uma cartografia com inspiração etnográfica, aproveitando o que as duas perspectivas oferecem de potência para a pesquisa em Psicologia no campo das políticas públicas para infância e adolescência. Assim, a construção do caminho metodológico se dá a partir do percurso de pesquisa que vai sendo produzido, através das questões que o pesquisador vai se permitindo explorar, não podendo se pensar metodologia e problema de pesquisa em separado, pois são indissociáveis.Neste processo, a escolha pela cartografia implica na (re)invenção de ferramentas, como a observação.

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