ENLACE PSICANALÍTICO: UM OLHAR AMPLIADO PARA A ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA EM UM SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

Juliana Freitas da Silveira, Cláudia Maria Perrone, João Francisco Biacchi da Fontoura, Mariana de Almeida Pfitscher, Tainara dos Santos de Moraes

Resumo


1. INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta possibilidades de intervenção da psicologia, em uma instituição privada que, atende crianças e adolescentes de 06 a 17 anos, no contra turno escolar na via da proteção social básica. Tem por objetivo refletir sobre a atuação da psicologia na perspectiva da psicanálise e suas possíveis intervenções no serviço. A instituição dispõe de uma equipe técnica formada por psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, e instrutores de diversas atividades de cunho cultural. As ações de arte, musica e esporte nesta instituição são pautadas na proteção e prevenção dos sujeitos inseridos neste serviço, bem como da sua família, tendo por perfil atendido, a vulnerabilidade social, a partir de um critério socioeconômico estabelecido pela instituição. A psicologia se fortalece neste cenário, com a construção de um olhar ampliado para além do modelo clínico privado, articulando-se com as outras áreas da instituição, e propondo intervenções que são pautadas pelo viés psicanalítico.

2. METODOLOGIA

A metodologia consiste em um relato de experiência articulando-se com o referencial teórico.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O lugar da psicologia na instituição associa-se a um percurso de construção e possibilidades de espaços de intervenção. Inicialmente o esperado, de um modelo de gestão, eram atendimentos clínicos as crianças e adolescentes, a fim de enquadrá-los em algum diagnóstico, como uma espécie de aceite para o que estava fora dos padrões da instituição, ou seja, qualquer manifestação subjetiva que na normativa social “transgredisse” era motivo para encaminhamentos ao setor de psicologia. Com a troca da equipe de gestão foi possível olhar para os sujeitos para além do setting, além do privado e além do sintoma, realizando intervenções com as famílias, com os professores, com os outros profissionais que também atendem o usuário para além da instituição. Dando sentido e enlaçando um olhar ampliado a psicologia em um serviço de proteção social básica tendo como base a psicanálise. Com as diferentes possibilidades de escuta, iniciaram trabalhos em grupos terapêuticos, com crianças, adolescentes e responsáveis. Enriquez (1997), em sua análise sobre a instância grupal, escreve que o grupo, constitui um lugar privilegiado para compreensão dos fenômenos coletivos. Promovendo um novo lugar particular para cada um, mas explorado em grupo. Iniciou-se também, um trabalho junto com as oficinas de música e do apoio pedagógico, levando temas que promoveram a proteção e a construção de novas narrativas. Diante destas novas possibilidades se utiliza das contribuições de Brudna (2007), que neste cenário o psicólogo é alguém que “empresta” seu olhar, sua voz, o toque, devolvendo uma palavra, construindo uma série de significantes que buscam fazer função.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As intervenções pautadas em ações envolvidas com a educação, intervenção interdisciplinar e constituição subjetiva, que tiveram como base o viés psicanalítico, possibilitaram refletir e problematizar que é possível ampliar o olhar da psicologia e da psicanálise em um cenário vulnerável e de proteção básica como o do estudo, ultrapassando o modelo clínico tradicional.


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