FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM TRAUMA RAQUIMEDULAR: UM ESTUDO DE CASO

Bruna Luiza da Cunha, Carolina Sofia Kist, Patrícia Oliveira Roveda

Resumo


Introdução: O Trauma Raquimedular (TRM) é uma lesão traumática, que acomete as estruturas contidas no canal medular, incluindo a medula, o cone medular e a cauda equina, resultando em alterações das funções motoras e sensitivas, implicando em perda parcial ou total dos movimentos voluntários ou da sensibilidade em membros superiores e/ou inferiores e, além de alterações em vários sistemas do corpo. Ocorre com predominância no sexo masculino, na faixa etária entre 15 e 40 anos. A classificação da lesão se dá pelo nível da lesão, nível neurológico e a extensão: lesão completa ou incompleta. Objetivo: Apresentar um estudo de caso de paciente com TRM assessorado pela fisioterapia aquática. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso de observação e intervenção, realizado na Clínica Fisiounisc da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, mediante atividade prática da disciplina de Fisioterapia Aquática, do curso de Fisioterapia, em outubro de 2019. Foram realizadas três observações e intervenções com o paciente L. S., diagnosticado com TRM, para realização de fisioterapia uma vez por semana. Como instrumento de avaliação foram utilizados os dados já fornecidos pela clínica, através da ficha de avaliação, e os dados observados durante os três encontros. Cada sessão tem a duração de 45 minutos, sendo realizados exercícios de treino de marcha, de equilíbrio, de fortalecimento, respiratórios e de relaxamento. Resultados: Como resultados temos a descrição do caso de um paciente do sexo masculino, 60 anos, com diagnóstico de TRM devido a uma queda que resultou em lesão medular na região lombar, além de uma fratura óssea do colo femoral esquerdo, desde então utiliza cadeira de rodas. Com relação à avaliação motora e sensitiva, foi constatado que o mesmo apresenta ADM ativa de membros superiores e tronco preservadas e ausente nos MMII, hipotrofia e hipotonia de MMIII, diminuição das sensibilidades em MMII e instabilidade dos joelhos. Durante os atendimentos foram priorizadas técnicas de marcha e equilíbrio, bem como exercícios de fortalecimento de tronco e do sistema respiratório. Incentivou-se também a interação social, através de atividades recreativas realizadas ao final de cada atendimento, com os demais pacientes presentes. Devido ao quadro da lesão raquimedular e suas consequências, a reabilitação é lenta e progressiva. Conclusão: A fisioterapia aquática é essencial para a recuperação e minimização das sequelas derivadas dos sinais e sintomas. Essa conduta possibilita ao paciente locomover-se com independência, o que no solo não é mais possível, devido às propriedades físicas da água, como a viscosidade e o empuxo. Também ocorre a melhora da função cardiorrespiratória do paciente devido à ação compressiva da pressão hidrostática. Assim, a fisioterapia atua na recuperação da lesão e melhora da qualidade de vida do paciente. Concluímos, ainda, que este tipo de proposta de trabalho, integrando disciplina e estágios curriculares, propicia uma série de vivências e aprendizado, o que nos prepara não só para o período de estágios, mas para a vida profissional futura.

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ISSN 2764-2135