MAPEAMENTO E DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO RIO ESPRAIADO EM SOLEDADE/RS

Fabiano Ezequiel dos Santos, Antônio Aguinaldo Rodrigues de Morais, Fernando Costantin da Silva, Marta Martins Barbosa Prestes, Daniela Mueller de Lara

Resumo


A água é o recurso natural mais abundante do planeta, sendo indispensável para todas as formas de vida existentes. Entretanto, devido as inúmeras atividades antrópicas, que influenciam na qualidade da água, percebe-se que será um grande desafio conciliar a escassez hídrica nos próximos anos. Nesta perspectiva, este estudo teve como objetivo elaborar um mapeamento e diagnóstico ambiental através da coleta de dados digitais e visitas de campo em seis pontos pré-definidos do Rio Espraiado, desde a nascente até o ponto de captação do sistema de abastecimento, no município de Soledade (RS). A pesquisa é classificada como descritiva e a metodologia utilizada para investigação foi a pesquisa-ação. O mapeamento hidrográfico foi realizado com a obtenção de mapas e informações geográficas utilizando o software ArcGis junto ao Sistema de Informações Geográfica (SIG). Posteriormente, através do acesso ao acervo digital gratuito do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), buscou-se imagens de satélite Landsat 8, atualizadas da superfície terrestre, assim como, acesso ao acervo digital da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias), com imagens SRTM para geração de mapas de altimetria estereoscópica da superfície terrestre do local em estudo. Então, realizou-se a delimitação da microbacia de captação do Rio Espraiado e subdivisão da microbacia em três seções para posterior análise e comparação. Para o diagnóstico ambiental e avaliação do grau de conservação da nascente, a vegetação em seu entorno (APP) foi medida até um raio de 50 metros. Sendo considerada como (R1) a vegetação acima da nascente no sentido norte, (R2) a vegetação abaixo seguindo o sentido de escoamento da água no sentido sul, (R3) à direita sentido oeste e (R4) à esquerda no sentido leste, seguindo a metodologia de Pinto (2003). Para o diagnóstico dos pontos 2, 3, 4, 5 e 6, localizados ao longo das margens do Rio Espraiado e seus afluentes, analisou-se a região que compreende a área destinada legalmente para APP`s, e foi adotada a metodologia usada por Pinto (2003), com a elaboração de planilha com informações da localização em coordenadas geográficas, altitude, largura do recurso hídrico, grau de conservação da vegetação da APP, uso e ocupação do solo, proximidades com residências, acesso ao local, assim como a presença de resíduos e rejeitos na área de preservação permanente. A partir da análise dos dados, no ponto 01, onde encontra-se a nascente do rio, observou-se a ausência parcial da circunferência de vegetação nativa, que é estabelecido pelo código florestal. No ponto 02 observou-se ausência de sub-bosque e processos erosivos, devido à presença de bovinos. Em relação ao ponto 03, sugere-se uma ação de recolhimento de resíduos e de rejeitos encontrados nas margens do afluente. O ponto 04 tem mata ciliar densa de difícil acesso. No ponto 05, pode-se afirmar que o mesmo se enquadra em uma posição crítica ambientalmente, devido ao uso e à ocupação dado às margens do rio. No ponto 06, onde encontra-se a captação da água, as margens apresentam-se fortemente degradas. Portanto, sugere-se ações de restabelecimento da APP para manter a qualidade e o fluxo hídrico do Rio Espraiado. Ainda, destaca-se que o restabelecimento de todo o raio de vegetação é imprescindível à conservação da nascente, bem como a adoção de práticas sustentáveis e ambientalmente corretas na área ao entorno da borda do fragmento de APP, visando preservar a qualidade do fluxo de água.

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ISSN 2764-2135