FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM FRATURAS DE TÍBIA E FÍBULA: UM ESTUDO DE CASO

Carolina Machado Heinen, Alexander Romão Vieira Morinélli, Patrícia Oliveira Roveda

Resumo


Introdução: A fratura de osso longo mais frequente é da diáfise da tíbia e seu tratamento adequado evita o aparecimento de falhas da consolidação, consolidação viciosa e reoperações. Embora essas sejam comuns, em alguns casos, a sua história natural mostra que elas não permitem o suporte de peso corporal e o início da marcha precoce, predispondo a um longo tempo de imobilidade desses pacientes. Essa situação pode levar a prejuízos do sistema musculoesquelético, como a diminuição de amplitude de movimento articular, força muscular, deficiência proprioceptiva e de equilíbrio, afetando o padrão normal de caminhada. Diante desse quadro, indivíduos acometidos necessitarão de reabilitação para minimizar os déficits, incluindo a readequação da marcha e das atividades de vida diária (AVD?s). Desse modo, a fisioterapia aquática, devido as propriedades físicas e fisiológicas da água aquecida, mostra-se uma ótima alternativa terapêutica, uma vez que a piscina aquecida é um ambiente apropriado para iniciar a reabilitação do paciente com lesões musculoesqueléticas, principalmente de membros inferiores. Objetivo: Analisar o processo de avaliação fisioterapêutica e de reabilitação de um paciente com fratura em MIE na fisioterapia aquática, elencando aspectos positivos, aspectos a melhorar e desenvolvendo sugestões. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso de observação e intervenção, realizado na Clínica Fisiounisc da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, a partir de uma atividade prática da disciplina de Fisioterapia Aquática, do curso de Fisioterapia, em outubro de 2019. Foram realizadas três observações e intervenções nas sessões com duração de 45 minutos com o paciente em período pós-operatório tardio de tíbia e fíbula. Principais resultados: O paciente J.L.P.S, 50 anos, sofreu acidente motociclístico,  apresentando fratura cominutiva em tíbia e fíbula esquerdas e em base do primeiro metatarso esquerdo, bem como na extremidade distal do segundo metatarso do pé direito. A partir do quadro clínico, foram realizados atendimentos na água, com exercícios de alongamento, treino de equilíbrio e marcha, propriocepção, condicionamento físico, transferência parcial de peso, fortalecimento e relaxamento. As sessões objetivaram, especialmente, gerar menos impacto no membro inferior fraturado, recuperar segurança para as AVD?s, minimizar dores e melhorar movimentação articular. De acordo com o observado e constatado no prontuário e no próprio atendimento, as condutas realizadas em cada atendimento foram propostas com objetivos que atendiam às necessidades de reabilitação desse paciente. Além disso, foi possível observar incrível atenção do estagiário com o paciente, sempre realizando os cuidados necessários acerca da lesão, como por exemplo, evitar a sobrecarga corporal no membro acometido, conforme o período pós-operatório e condição da fratura. Conclusão: Concluímos que este estudo foi de grande valia para o entendimento da patologia em questão e também para a experiência de prática real de um atendimento com condutas e objetivos traçados, agregando conhecimento a formação acadêmica. Portanto, constata-se que a fisioterapia aquática favorece muito a reabilitação física da lesão supracitada, beneficiando o usuário com as diversas propriedades físicas da água, neste caso em especial, o empuxo pela descompressão articular.


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ISSN 2764-2135